Cidades da Serra investigam morte de milhões de abelhas por uso irregular de inseticidas

Cidades da Serra investigam morte de milhões de abelhas por uso irregular de inseticidas
(Créditos: SEBRAE/Divulgação)

A Polícia Civil de Cotiporã, Veranópolis e Flores da Cunha, na Serra, investiga a morte de milhões de abelhas por uso irregular de inseticidas em parreirais de uva.   Antônio Prado, Ipê, Monte Belo do Sul, Nova Prata, Nova Roma do Sul e São Valentim do Sul aguardam a confirmação da análise das amostras para saber se o mesmo agrotóxico foi responsável pela morte dos insetos em seus municípios.

Em Cotiporã e em Veranópolis, pelo menos 250 colmeias foram perdidas. De acordo com a  Inspetoria Veterinária de Veranópolis as mortes ocorreram entre agosto e novembro deste ano. Um único abelheiro pode abrigar de 35 mil a 80 mil insetos.

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Uso irregular de fipronil

Segundo a Secretaria de Agricultura de Cotiporã, as amostras analisadas apontam a origem da mortandade no uso irregular de inseticidas à base de fipronil.  Essa substância danifica o sistema nervoso central do inseto que, intoxicado, retorna pra colmeia e provoca a morte de todas as outras abelhas.

Os responsáveis pelo uso incorreto do inseticida podem ser enquadrados no Artigo 54 da Lei dos Crimes Ambientais, que prevê de um a quatro anos de prisão. Entretanto, as autoridades ressaltam a complexidade de identificar a origem do problema em casos como esse.

Prejuízos da morte das abelhas

Apesar de ainda não haver um levantamento de prejuízos econômicos, o reflexo negativo já é previsto.   Segundo a Emater, a morte de abelhas pode interferir diretamente a produção de árvores frutíferas. Isso ocorre porque um número reduzido de abelhas, resulta em menos polinização.

Ainda, o produtor de mel e própolis para exportação Adair Zardo, ouvido por GZH, estima que leve em torno de cinco anos para recuperar as 170 colmeias perdidas.

Apicultura Gaúcha

De acordo com dados de 2020 do IBGE, o Rio Grande do Sul produziu 7.467 toneladas de mel. Além disso, o levantamento mostrou que o Estado possuía pouco mais de 37.200 apicultores, e cerca de 372 mil colmeias.