Foto: Divulgação/ICMBio
O incêndio que atingiu a Estação Ecológica do Taim (RS), em Santa Vitória do Palmar, no extremo sul do estado, foi extinto no último sábado (17). A estação de conservação ambiental foi consumida por um incêndio provocado por um raio, próximo à BR-471, que liga o Brasil ao Uruguai.
Conforme o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pelo monitoramento, que realiza o serviço através de imagens de satélites, o incêndio foi o maior já registrado na região. Segundo o último monitoramento feito pela Divisão de Informações Geoespaciais e Monitoramento do ICMBio, realizado nesta segunda-feira (19), a área atingida pelo fogo foi de 11.928,84 ha. O valor corresponde ao município de Arroio do Sal, no litoral gaúcho.
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Dos 33 mil hectares da reserva ambiental criada em 1986, mais de 30 % foi queimado. O incêndio é o maior da história da Estação Ecológica do Taim, que tinha o recorde registrado em 2013, com 5,6 mil hectares atingidos.
Os brigadistas do instituto seguem no local realizando o monitoramento da área. Até o momento, 9 pontos de concentração de fauna foram vistoriados e não houve registros de animais feridos ou mortos.
Sete servidores da Estação Ecológica do Taim e outros cinco da Floresta Nacional de Passo Fundo estiveram em combate contra o fogo, contando com o apoio terrestre de bombeiros militares do RS, apoio aéreo de dois helicópteros da Brigada Militar e da Polícia Civil.
Como o incêndio do Taim foi extinto
Com o avanço das chamas, na sexta-feira (16) o Corpo de Bombeiros do RS deslocou um efetivo maior para auxiliar no combate ao incêndio. A ação totalizou cerca de 60 servidores.
Como o terreno era de difícil acesso, o combate ao fogo foi dificultado e os bombeiros precisaram de um esforço maior para chegar próximo ao local do incêndio.
Após um dia de combate ao fogo, o Corpo de Bombeiros Militar e o ICMBio constataram que todos os focos de incêndio na Estação Ecológica do Taim foram extintos. Mesmo que os focos tenham sido extintos, os combatentes permaneceram no local efetuando o monitoramento e o acompanhamento da área.
A operação foi encerrada oficialmente na manhã de sábado (17), após uma análise do local com o uso de aeronaves e a comprovação de que o incêndio tinha sido extinto.
Combate aos focos de incêndio no Taim
Como trata-se de uma área de banhado, o fogo foi combatido pelos flancos, com o objetivo de não entrar em propriedades vizinhas. Confira o mapa atualizado nesta segunda-feira (19), após a extinção do incêndio. A área atingida está marcada em vermelho:
Umidade do solo deve permitir rápida recuperação após incêndio do Taim
A equipe do ICMBio monitorou que o fogo está atingindo a parte seca da vegetação e não vai atingir as raízes que estão protegidas pela umidade ainda existente no solo, o que deve permitir uma rápida recuperação das plantas. O instituto constatou ainda que há “ilhas” de refúgio para fauna. Confira as imagens do incêndio:
Conheça o Taim
A Estação Ecológica do Taim é uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio), nos municípios gaúchos de Rio Grande e Santa Vitória do Palmar. A unidade fica numa estreita faixa de terra entre o Oceano Atlântico e a Lagoa Mirim.
Os banhados do Taim apresentam diversificados ecossistemas e são casa de pelo menos 30 espécies diferentes de mamíferos e 250 aves. O destaque fica para animais como martim-pescador, cisne-de-pescoço-preto, marrecão, tartaruga, capivara, ratão-do-banhado, cachorro do mato, lontra e jacaré-de-papo-amarelo.
