Gaúcho ganha destaque nos EUA por morar cinco anos sem pagar em hotel histórico de Nova Iorque

Foto: Reprodução / The New Yorker

O gaúcho de Uruguaiana, Micky Barreto, de 48 anos, tornou-se tema de discussão nos jornais norte-americanos devido a uma história peculiar, descrita pelo “The New York Times” como o “melhor negócio imobiliário da história de NY”.

Barreto, que atualmente é morador de Nova Iorque, viveu durante cinco anos no histórico New Yorker Hotel de maneira gratuita, aproveitando uma lacuna na legislação dos Estados Unidos. No entanto, agora ele enfrenta uma investigação e possíveis consequências legais por fraude.

Nascido no Rio Grande do Sul, Micky viajou para os Estados Unidos na década de 1990 e estabeleceu residência no país. Em 2018, mudou-se para Nova Iorque, onde, ao procurar por um novo lar, descobriu, juntamente com seu namorado Matthew Hannan, uma peculiaridade nas regras de habitação e preços acessíveis aplicáveis aos hotéis da cidade.

A estratégia de Barreto envolveu a Lei de Estabilização de Aluguéis, aprovada em 1969, que regulava os aluguéis em toda a cidade e também abrangia uma série de quartos de hotel, especialmente aqueles em grandes hotéis construídos antes de 1969. De acordo com a lei, um hóspede poderia se tornar um residente permanente ao solicitar um aluguel com desconto, garantindo acesso aos mesmos serviços oferecidos a hóspedes noturnos.

Barreto alugou inicialmente um quarto no New Yorker Hotel por uma noite e, ciente da brecha legal, formalizou um pedido de aluguel de seis meses. Embora esse pedido tenha sido recusado, Barreto e seu namorado levaram o caso ao Tribunal de Habitação da Cidade de Nova Iorque.

Em uma audiência posterior, o hotel não se opôs ao pleito de Barreto, e o juiz Jack Stoller decidiu a favor do brasileiro, ordenando que o hotel devolvesse imediatamente a posse do quarto a ele.

Interpretando a palavra “posse” de forma literal, Barreto começou a reivindicar a propriedade do hotel, buscando inclusive alterar os registros municipais do Departamento de Finanças de Nova Iorque para transferir o hotel para seu nome.

Essas ações resultaram em processos judiciais, incluindo um movido pela Igreja da Unificação, proprietária do prédio. Em fevereiro, Barreto foi preso pela polícia em sua nova residência nos Estados Unidos, enfrentando acusações de fraude.

Barreto nega ter tido a intenção de cometer fraude, afirmando nunca ter lucrado com suas ações. A saga de Micky Barreto continua sendo um caso peculiar que atraiu a atenção internacional.