Justiça inicia analise de pedido para anular júri que condenou Leandro Boldrini a 31 anos de prisão

O julgamento de Leandro Boldrini, acusado de matar o filho Bernardo Boldrini, começou na manhã desta segunda-feira (20), em Três Passos.
Foto: Reprodução

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) iniciou a análise dos recursos referentes à condenação de Leandro Boldrini nesta sexta-feira (23). Ele é apontado pelo envolvimento na morte de seu filho, Bernardo Uglione Boldrini, ocorrida em abril de 2014, em Três Passos, na Região Noroeste.

A defesa de Leandro busca a anulação do júri que o sentenciou a 31 anos e oito meses de prisão pelo homicídio. Enquanto isso, o Ministério Público pleiteia o aumento da pena do médico.

A análise dos recursos deve ser finalizada até quinta-feira (29). O julgamento será realizado de forma virtual pela 3ª Câmara Criminal, sem videoconferência; as manifestações da defesa, acusação e desembargadores serão feitas por escrito.

O advogado de Leandro, Ezequiel Vetoretti, aponta nulidades no processo. “A presença de um jurado com opinião prévia sobre a condenação do acusado não afeta apenas o julgamento de Leandro Boldrini, mas também a credibilidade do júri popular e do sistema de justiça como um todo”, afirma Vetoretti.

Por outro lado, o Ministério Público sustenta que não houve irregularidades no julgamento. “Neste momento, o MPRS representa a única voz da vítima: o menino Bernardo, sem nenhum familiar para defendê-lo e buscar justiça em seu nome“, declara a promotora Alessandra Moura Bastian da Cunha.

O primeiro julgamento do Caso Bernardo ocorreu em março de 2019, quando Leandro foi condenado junto com os outros três réus. Entretanto, a sentença foi anulada em dezembro de 2021 devido à disparidade de recursos entre as partes. O novo júri foi realizado em março de 2023, resultando na condenação de Boldrini por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.