Médicos do IPE Saúde decidem manter paralisação até 23 de maio em todo o RS

Médicos credenciados ao IPE Saúde decidiram seguir com a paralisação das atividades em todo o Estado até o dia 23 de maio.
Divulgação/IPE Saúde

Os médicos credenciados ao Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE-Saúde) decidiram continuar paralisados até o dia 23 de maio. A deliberação aconteceu durante Assembleia Geral Extraordinária, realizada nesta terça-feira (2), na sede do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers).

Na data estipulada pelo sindicato, a categoria volta a se reunir para decidir pelo licenciamento temporário por 30, 60 ou 90 dias. No encontro realizado no auditório do Simers, 85% dos votos foram favoráveis à manutenção da paralisação. Mais de 200 médicos que participaram de forma on-line

Desde o dia 10 de abril, os profissionais iniciaram o movimento que busca reverter o congelamento de 12 anos nos honorários médicos e de procedimentos hospitalares. Conforme o Simers, a defasagem reflete na desvalorização da categoria e vem resultando no desinteresse dos médicos em continuar atendendo pelo plano.

“Queremos que haja o bom senso do governo e que ele seja célere nas propostas, pois esse é um movimento sério dos médicos, na busca do reconhecimento à altura do trabalho realizado”, destacou o presidente do Simers, Marcos Rovinski.

O Simers busca a recuperação dos valores pagos pelos procedimentos médicos e hospitalares junto ao Governo do Estado. Rovinski comentou que a proposta dos cerca de R$ 140 milhões que serão acrescidos para a remuneração dos médicos, é considerada insuficiente para contemplar as reais necessidades de reposição.

Redução de até 15% nas consultas do IPE Saúde desde o início da paralisação

Ao portal GZH, o IPE Saúde enviou uma nota onde informa que, desde o início da paralisação, houve uma redução de até 15% em relação à média de consultas, que é de 11 mil por dia. Hoje, o IPE Saúde conta com mais de 7 mil médicos credenciados, o que representa cerca de 20% dos profissionais no Rio Grande do Sul. Leia a nota na íntegra:

Em relação ao anúncio de continuidade na paralisação parcial de médicos, o IPE Saúde esclarece que está com o funcionamento normal de seus sistemas e orienta os segurados a buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar, que traz possibilidades de médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados no guia médico hospitalar, no site. Os números indicam que houve uma redução entre 10% e 15% de dias normais, o que está dentro da expectativa. Hoje, há um total de 6.370 médicos, 244 hospitais, 660 laboratórios e 54 pronto socorros credenciados ao IPE Saúde em todo o Estado.   

O instituto salienta que vem monitorando os atendimentos e prestando auxílio aos segurados. Além disso, nas últimas semanas, o IPE Saúde tem trabalhado no aprimoramento da proposta de reestruturação apresentada em abril. Junto com o governo do Estado, o presidente Bruno Jatene tem dialogado com entidades representantes dos segurados, entidades médicas e partidos políticos. A proposta prevê a implantação de um amplo projeto de reestruturação que trará sustentabilidade ao sistema como um todo e permitirá promover reajuste nos honorários médicos, conforme a aprovação da proposta aprovada na AL.

Governador apresenta diagnóstico

O governador Eduardo Leite apresentou, dia 12 de abril, um diagnóstico sobre a atual situação do IPE Saúde. O diagnóstico irá orientar a proposta de reestruturação da instituição, que deve ser encaminhada à Assembleia Legislativa nas próximas semanas. Leite demonstrou, durante a apresentação, que os valores pagos pelos beneficiários estão abaixo da média de mercado.

“Individualmente, já é o menor valor de mercado. E mesmo que o usuário tenha muitos dependentes, ele paga o mesmo valor”, explicou Leite.

“A elevada faixa etária dos segurados é outro ponto importante. O nosso plano de saúde tem um valor de contribuição mais baixo e um uso maior pelos segurados em comparação com outros planos”, disse o governador.

O presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, falou sobre o crescimento do déficit financeiro.

“A cada mês que passa e que não se corrige o problema da sustentabilidade financeira o déficit vai aumentando. Há 13 meses, a dívida estava em R$ 650 milhões. Hoje, está em torno de R$ 250 milhões. Só diminuiu porque o Estado aportou recursos”, afirmou Jatene.

IPE Saúde orienta sobre consultas 

Em nota no site oficial, o IPE Saúde esclareceu que está com o funcionamento normal de seus sistemas e orienta os segurados a buscar alternativas de atendimento no Guia Médico Hospitalar. O serviço traz possibilidades de médicos, hospitais e demais tipos de prestadores credenciados. 

O Instituto salienta que vem monitorando os atendimentos, que permanecem regulares, e tem trabalhado, junto com o governo do Estado, na implantação de um amplo projeto de reestruturação, que será apresentado à sociedade, servidores e prestadores em breve.