Atacante gaúcho apontado em investigação por manipulação de resultados afirma ter sido ameaçado

Foto: Lucas Dornelles/São Luiz

Citado pela Veja como um dos confirmados na operação “Penalidade Máxima”, que investiga a manipulação de resultados em partidas de futebol, o atacante Jarro Pedroso falou pela primeira vez sobre o ocorrido. O nome do jogador não consta na denúncia, entretanto, a revista aponta que o atacante recebeu cerca de 30 mil reais para cometer um pênalti na partida entre Caxias e São Luiz, pelo Campeonato Gaúcho deste ano. 

Em entrevista ao jornal Diário de Santa Maria, Jarro falou sobre o envolvimento do seu nome no esquema de manipulação. O jogador admitiu que foi procurado e afirmou ter sido ameaçado horas antes da partida.

O Ministério Público (MP) já sabe tudo que aconteceu. Eles pegaram o meu celular e acompanharam todas as conversas. Eu fui chamado e recebia contatos com propostas para levar cartão amarelo, ser expulso, e eu sempre negando. Até que começaram a subir o tom de voz e mandaram R$ 30 mil para a minha conta e eu já não tinha para onde correr. Na manhã do jogo contra o Caxias, me ligaram e me ameaçaram dizendo que só faltava eu fazer a minha parte, que eles não estavam para brincadeira e se não seria pior para mim. Acoado, cometi o pênalti e depois acabei pedindo substituição. Realmente eu fiz o pênalti, mas eu não fiquei com o dinheiro“, disse o jogador.

Jarro Pedroso foi alvo de busca e apreensão ainda na primeira fase da operação. Ele afirma que, após as ameaças procurou a polícia, em Santa Maria, cidade onde mora atualmente, e registrou um Boletim de Ocorrência e diz que devolveu a quantia recebida pelos criminosos.

“Chamei um amigo da Polícia Civil para saber o que fazer. Ele sugeriu que eu abrisse um boletim de ocorrência, devolvi o dinheiro e avisei meu advogado para que quando “estourasse o assunto” todo mundo já ficasse sabendo o que estava acontecendo. Tenho todos os comprovantes de depósitos, devoluções. Já está tudo com a Promotoria e Ministério Público. Tenho a consciência tranquila. Me envolvi com algo que eu não queria, mas procurei a polícia. Ou eu fazia isso, ou ficaria fugindo dessa máfia das apostas pelo resto da minha vida”, finaliza.