Mostra de Teatro de Rua de Porto Alegre tem nova edição após 20 anos

Mostra de Teatro de Rua de Porto Alegre tem nova edição após 20 ano
(Créditos: João Dullius / Divulgação)

Depois de vinte anos, está de volta a Mostra de Teatro de Rua de Porto Alegre.  A 12ª edição acontece de 11 a 18 de dezembro, nos bairros Bom Jesus, Humaitá, Lomba do Pinheiro, Restinga e Restinga Velha, Orla do Guaíba, Praça da Alfândega, Brique da Redenção e Parque Germânia.

A Mostra é promovida pela Coordenação de Artes Cênicas da Secretaria Municipal da Cultura e Economia Criativa, e buscar dar espaço para a divulgação de grupos de teatro de que desenvolvem uma linguagem popular. O evento deste ano conta com uma vasta programação, incluindo apresentações de grupos de atuação, debates com nomes importantes do teatro de rua como Tânia Farias (RS), Marcelo Palmares (SP) e Lindolfo Amaral (SE), além de oficinas.

Grupos e artistas participantes

Coletivo Teatro da Crueldade – @teatro.crueldade

De Pernas pro Ar – @grupodepernasproar

Levanta Favela – @levantafavela

 Oigalê – @oigaleteatro

 Ói Nóis Aqui Traveiz – @oinoisaquitraveiz

Ritornelo – @gruporitornelo

TIA – @tiateatro

Usina do Trabalho do Ator  –  @utateatro

Atriz amazonense Raquel Kubeo – @raquel.kubeo

Ator e Diretor Cacá Sena 

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Oficinas e debates

De 13 a 15 de dezembro, a organização da Mostra promove a oficina gratuita “Experiência com o Tambor no Teatro de Rua: Uma Oficina com Zé da Terreira”. O evento ocorre das 9h às 12h, no Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues, na Av. Érico Veríssimo, 307, no Bairro Menino Deus. Já no dia 16, na Praça da Alfândega, será realizado um debate com Tânia Farias (RS), Marcelo Palmares (SP), Lindolfo Amaral (SE), a partir das 17h.

Peças

O Amargo Santo da Purificação – Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

Espetáculo conta a história de um herói popular que os setores dominantes tentaram banir da cena nacional durante décadas. Na sequência de cenas, o público assiste a momentos importantes desta trajetória: origens na Bahia, juventude, poesia, ditadura do Estado Novo, resistência, prisão, democracia, constituinte, clandestinidade, ditadura militar, luta armada, morte em emboscada e o resgate histórico, buscando um retrato humano do que foi o Brasil no século 20. A dramaturgia parte dos poemas escritos por Carlos Marighella, que, transformados em canções, são o fio condutor da narrativa. Utilizando a plasticidade das máscaras, de elementos da cultura afro-brasileira e figurinos com fortes signos, a encenação cria uma fusão do ritual com o teatro dança.

Deus e o Diabo em Terra de Miséria – Grupo: Oigalê

Deus e o Diabo na Terra de Miséria é uma farsa gaudéria que aborda o universo de miséria. Um gaúcho dono de uma ferraria que, certo dia, recebe a visita de Nosso Senhor e São Pedro e é agraciado com três pedidos, os quais usa para enganar os diabólicos ajudantes Liliti e Sanganel e o diabo chefe Lúcifer. Mas Miséria, por ter enganado Deus e o Diabo, não conseguiu entrar no céu e nem no inferno, e, desde então, se diz que por esse motivo a miséria teve que ficar vagando pelo mundo afora. O texto é de Ricardo Güiraldes, com adaptação e direção de Hamilton Leite.

Histórias de Circo Sem Lona – Grupo: TIA

Histórias de Circo Sem Lona mostra as artimanhas de três palhaços “sem eira, nem beira”, que não têm muitos dotes e precisam encontrar uma forma de ganhar a vida e conquistar o pão de cada dia. O espetáculo reflete, através da alegoria e da linguagem do palhaço, como o homem vai levando sua vida, equilibrando-se entre os contrários, compreendendo a necessidade de “ganhar o pão com o suor de seu rosto”, mas criando mecanismos para escapar das pressões cotidianas, reagir aos exageros dos puritanos e se contrapor à tristeza e à violência do mundo. Baseado em reprises e gagues dos palhaços tradicionais de circo, a montagem traz quatro quadros: Stripulia faz a ponte entre plateia e artistas, Badanha representa as grandes orquestras circenses e Fadiga interpreta as atrações, fazendo uma alusão aos vários artistas que se apresentam nos circos. São grandes números de enganação, mas que viram uma grande comunhão com o público, devido ao alto grau de simplicidade, ludicidade e, sobretudo, de cumplicidade que se estabelece.

O Lançador de Foguetes – Grupo  De Pernas pro Ar

O Lançador de Foguetes acompanha um excêntrico personagem cientista, que se baseia em alguns princípios da física quântica para mostrar que o pensamento também é energia que se materializa. Sem palavras, ele conquista parceiros que o auxiliarão nesta jornada científica. Computa todas as informações e, através de uma trilha sonora empolgante e curiosa, lança seus foguetes ao ar. Neste lançamento, leva também o público a sorrir, vibrar e se emocionar com as possibilidades de transformação.

Circo Rapadura – Direção: Cacá Sena

Circo Rapadura é um espetáculo onde os bonecos são todos palhaços e protagonistas de um mini picadeiro. A animação em cena recria um ambiente circense, ultrapassando os limites da palavra para comunicar através da manipulação precisa, da surpresa e do humor. Os bonecos, que parecem ter vida própria, transitam entre o universo mágico dos números de circo, comunicando com todas as idades. Por ter um formato que se adapta aos diferentes espaços, sua capacidade de circulação é maior, adaptando-se facilmente ao palco do teatro ou da rua e promovendo o acesso à arte, sem perder o rigor da técnica e da estética do teatro de bonecos. A direção e manipulação é de Cacá Sena.

Eu Não Sou Macaco –  Usina do Trabalho do Ato – UTA

Eu Não Sou Macaco denuncia diversas injustiças cometidas em relação aos cidadãos da etnia negra. Utilizando-se da linguagem teatral como forma de manifestação política, a atriz Dedy Ricardo retoma os nomes e assume as identidades e as histórias de Cláudia da Silva Ferreira – a mulher arrastada por uma viatura da polícia pelas ruas de favela do Rio de Janeiro; Amarildo Dias de Souza – desaparecido após interrogatório na Unidade de Polícia Pacificadora na Rocinha; Paulo Afonso Soares – militante gay assassinado em Porto Alegre, além de figuras históricas, entre eles João Cândido e os lanceiros negros, como forma de manter acesa a capacidade de indignar-se com tais injustiças e relembrá-las, para que não tornem a acontecer novamente.

Sob Véu de Ísis – Coletivo Teatro da Crueldade

Sob Véu de Ísis é um manifesto simbólico, uma alegoria da memória feminina através do véu que se multiplica em significados narrativos para confrontar as amarras e desejos das mulheres. No mundo ocidental, o véu também é símbolo da opressão das mulheres, enquanto na mitologia egípcia, o véu de Ísis representa a natureza: a mãe de todas as coisas, a teia que separa morte e vida. Quem olha para além dele pode ver a mortalha e presenciar a sua própria morte. Por outro lado, para a cultura islâmica e cristã, o ocultar do rosto por detrás do véu é uma forma de ocultação da sexualidade.

Maria, Suas Filhas e Seus Filhos – Levanta Favela

O texto de João Siqueira, com direção coletiva de A Cambada de Teatro em Ação Direta Levanta Favela, é uma fábula brasileira moderna sobre a pobreza no Brasil. Maria foge do campo com suas filhas e seus filhos por não conseguir pagar o armazém, e acaba trabalhando como lavadeira para sustentar a família, começando uma divertida história de sobrevivência no proletariado de Porto Alegre, o que termina por transcender as personagens à medida que elas passam a apresentar-se como atrizes e atores.

Faixa de Graça – Grupo Ritornelo

Faixa de Graça traz à rua os palhaços Canela e Eustáquio, que, desgarrados no mundo, partem na busca de uma nova terra, caminhando e tombando, e tornando a tombar, decidem fundar um novo país. Através do olhar ingênuo e transgressor do palhaço, procuram uma nova realidade onde a alegria, a brincadeira e a felicidade são elementos fundamentais na construção desse novo território.

Tocar a Terra – Raquel Kubeo

A artista Raquel Kubeo apresenta a performance Tocar a Terra, um trabalho que propõe fazer uma tessitura das danças e cantos de povos originários para suspender o céu. Natural de Manaus-AM, mulher indígena ativista pelos direitos dos povos originários do Brasil, pedagoga e mestranda em Educação (UFRGS), cofundadora do Terá Coletiva Terratral, Raquel atua como atriz, performer, bailarina e facilitadora de oficinas educativas e artísticas como o Teatro de Tapera e, também, em projetos com foco nas vivências entre mulheres indígenas.

Programação Completa

11 de dezembro (Domingo) Programação
17h (Orla do Guaíba)O Amargo Santo da Purificação -Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz
17h ( Parque Germânia (Avenida Túlio de Rose, s/n – Jardim Europa)Deus e o Diabo em Terra de Miséria – Grupo: Oigalê

12 de dezembro (segunda) Programação
11h – Parque Marechal Mascarenhas de Moraes (Rua Aloísio Filho, 570 – Bairro Humaitá)Histórias de Circo Sem Lona – GrupoTIA
17h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)O Lançador de Foguetes – Grupo  De Pernas pro Ar

13 de dezembro (terça) Programação
11h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Circo Rapadura – Direção: Cacá Sena
17h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Histórias de Circo Sem Lona – Grupo TIA

14 de dezembro (quarta) Programação
11h  – Esplanada da Restinga (Avenida João Antônio Silveira, 2359 – Restinga)O Lançador de Foguetes  Grupo De Pernas pro Ar
17h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Eu Não Sou Macaco –  Usina do Trabalho do Ato – UTA

15 de dezembro (quinta) Programação
11h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Sob Véu de Ísis – Coletivo Teatro da Crueldade
17h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Maria, Suas Filhas e Seus Filhos- Levanta Favela

16 de dezembro (sexta) Programação
11h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Faixa de Graça – Grupo Ritornelo
16h –  Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Tocar a Terra – Raquel Kubeo
17h – Praça da Alfândega (Rua Siqueira Campos, 2529 – Centro Histórico)Debate -Teatro de Rua, uma arte pública

17 de dezembro (sábado) Programação
11h – Rua do Lazer (Rua B, 179 – Vila Bom Jesus)Tocar a Terra – Raquel Kubeo
17h – Parque Marechal Mascarenhas de Moraes (Rua Aloísio Filho, 570 – Bairro Humaitá)17h – Parque Marechal Mascarenhas de Moraes (Rua Aloísio Filho, 570 – Bairro Humaitá)
17h – Em frente à Praça CEU Restinga Velha (Rua Dr. Arno Horn, 221) Circo Rapadura – Cacá Sena

18 de dezembro (domingo) Programação
16h –  Parque Germânia (Avenida Túlio de Rose, s/n – Jardim Europa)Faixa de Graça – Grupo Ritornelo
17h – Em frente à Praça CEU Lomba do Pinheiro (Rua Porto Alegre, 5450)Eu Não Sou Macaco – Usina do Trabalho do Ato – UTA
17h – Brique da RedençãoDeus e o Diabo em Terra de Miséria – Oigalê
17h – Esplanada da Restinga (Avenida João Antônio Silveira, 2359 – Restinga)Maria, Suas Filhas e Seus Filhos –  Levanta Favela

13 a 15 de dezembro (de terça a quinta)Oficinas
9h às 12h – Centro Municipal de Cultura Arte e Lazer Lupicínio Rodrigues (Avenida Érico Veríssimo, 307 – Menino Deus)“Experiência com o Tambor no Teatro de Rua: Uma Oficina com Zé da Terreira