(Créditos: Valter Campanato / Agência Brasil)
Pela primeira vez, em 35 anos, a venda de discos em vinil ultrapassou as de CD, de acordo com Relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA). O documento, publicado em março, indica que 2022 foi mais um ano de alta do setor, com a geração de US$ 15,9 bilhões para a indústria fonográfica dos Estados Unidos, a maior do mundo. E foi, justamente, no ano passado, que as vendas dos antigos “bolachões” ultrapassaram os 41 milhões de unidades frente ao comércio de 33 milhões de CDs.
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Desde 2021, a indústria fonográfica vem percebendo o crescimento da procura pelos formatos físicos de música, como o vinil e o CD. Em 2022, o lucro com esses meios foi 4% maior do que no ano anterior. A RIAA aponta, ainda, que 71% das receitas obtidas com mídias físicas estão atreladas às vendas de discos de vinil. A procura pelos “bolachões” vem crescendo nos últimos 16 anos.
O levantamento também traz dados sobre a venda de arquivos digitais de música em espaços como o iTunes. O formato segue caindo na preferência do público, representando apenas 3% da receita. Já as plataformas streaming, como Apple Music, Spotify e Deezer, são as favoritas dos usuários, representando 84% do total dos lucros do setor. O streaming ultrapassou, pela primeira vez, US$ 10 bilhões de receita em 2022.
A “febre” do vinil
Para os fãs, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e estética do produto. A Agência Brasil conversou com alguns entusiastas do disco de vinil, para tentar entender esse comportamento que está trazendo de volta aos ambientes, as charmosas vitrolas e os toca-discos. Segundo o fã do formato, e jornalista, João Marcondes, os jovens estão descobrindo o disco de vinil.
“Cada vez mais pessoas jovens compram vinil porque, antigamente, era só um hobby de quarentões para cima, um público mais masculino. E, nos últimos 4 anos, isso mudou bastante. Mulheres têm comprado muitos discos e jovens, a partir de 16, 17 anos”, explica.
Proprietário de uma loja especializada em Brasília, Marcondes afirma que o vinil não é apenas uma experiência sonora, mas também estética. Segundo o jornalista, esse é um fator que justifica o aumento das vendas.
Você pega um álbum, você consome a letra, você consome a foto, o encarte, o design gráfico. Você não está ouvindo só uma música, você está consumindo um produto mais completo”, afirma.
Para a funcionária pública Erica Silva, o som do disco de vinil traz nostalgia e mais qualidade, mesmo com as facilidades do streaming e de aplicativos como o Spotify.
“A qualidade da música também é incrível. Hoje em dia não existe nada que se compare ao vinil, às nuances da agulha no disco”, avalia Erica, outra apaixonada pelos “bolachões”.