Vendas de discos de vinil ultrapassam as de CD, pela primeira vez, desde 1987

Vendas de discos de vinil ultrapassam as de CD, pela primeira vez, desde 1987
(Créditos: Valter Campanato / Agência Brasil)

Pela primeira vez, em 35 anos, a venda de discos em vinil ultrapassou as de CD, de acordo com  Relatório da Associação Americana da Indústria de Gravação (RIAA). O documento, publicado em março, indica que 2022 foi mais um ano de alta do setor, com a geração de US$ 15,9 bilhões para a indústria fonográfica dos Estados Unidos, a maior do mundo. E foi, justamente, no ano passado, que as vendas dos antigos “bolachões” ultrapassaram os 41 milhões de unidades frente ao comércio de 33 milhões de CDs.

Tu viu?

Pesquisa aponta que torcedor gremista é um dos que menos gasta com comida em dias de jogos
Pila Azul: Santiago cria moeda municipal para incentivar a separação de lixo reciclável

Desde 2021, a indústria fonográfica vem percebendo o crescimento da procura pelos formatos físicos de música, como o vinil e o CD. Em 2022, o lucro com esses meios foi 4% maior do que no ano anterior. A RIAA aponta, ainda, que 71% das receitas obtidas com mídias físicas estão atreladas às vendas de discos de vinil. A procura pelos “bolachões” vem crescendo nos últimos 16 anos.

O levantamento também traz dados sobre a venda de arquivos digitais de música em espaços como o iTunes. O formato segue caindo na preferência do público, representando apenas 3% da receita. Já as plataformas streaming, como Apple Music, Spotify e Deezer, são as favoritas dos usuários, representando 84% do total dos lucros do setor. O streaming ultrapassou, pela primeira vez, US$ 10 bilhões de receita em 2022.

A “febre” do vinil

Para os fãs, o aumento na comercialização reflete a experiência sonora e estética do produto. A Agência Brasil conversou com alguns entusiastas do disco de vinil, para tentar entender esse comportamento que está trazendo de volta aos ambientes, as charmosas vitrolas e os toca-discos. Segundo o fã do formato, e jornalista, João Marcondes, os jovens estão descobrindo o disco de vinil.

 “Cada vez mais pessoas jovens compram vinil porque, antigamente, era só um hobby de quarentões para cima, um público mais masculino. E, nos últimos 4 anos, isso mudou bastante. Mulheres têm comprado muitos discos e jovens, a partir de 16, 17 anos”, explica.

Proprietário de uma loja especializada em Brasília, Marcondes afirma que o vinil não é apenas uma experiência sonora, mas também estética.  Segundo o jornalista, esse é um fator que justifica o aumento das vendas.

Você pega um álbum, você consome a letra, você consome a foto, o encarte, o design gráfico. Você não está ouvindo só uma música, você está consumindo um produto mais completo”, afirma.

Para a funcionária pública Erica Silva, o som do disco de vinil traz nostalgia e mais qualidade, mesmo com as facilidades do streaming e de aplicativos como o Spotify.

A qualidade da música também é incrível. Hoje em dia não existe nada que se compare ao vinil, às nuances da agulha no disco”, avalia Erica, outra apaixonada pelos “bolachões”.