Vida de ursa que matou corredor vira debate entre o governo e a Justiça na Itália

Foto: Pexels/Divulgação

Um debate na Itália tem chamado a atenção do mundo nos últimos dias. Uma ursa Jj4, com 17 anos de idade, matou um homem de 26 anos que corria em uma trilha nos Alpes italianos no início de abril. Desde então se discute se o animal deveria ou não ser sacrificado.

Entenda

A ursa, conhecida coo Gaia, faz parte de um esforço para aumentar a população da espécie na Itália e nos Alpes, após preocupações com a extinção da espécie na União Europeia há 20 anos. Seus pais foram trazidos da Eslovênia para a Itália como parte desse programa de repovoamento. Com o aumento da população de ursos, houve também um aumento nos encontros entre esses animais e as pessoas.

O caso em questão aconteceu no dia 5 de abril, quando o italiano Andrea Papi, de 26 anos, foi atacado na floresta de Monte Peller, na Província autônoma de Trento, no norte da Itália. Após os exames genéticos identificarem que o animal foi responsável pela morte, o presidente da Província, Maurizio Fugatti, decretou que fossem capturados e abatidos não apenas JJ4, mas também dois ursos machos, MJ5 e M62, que ele definiu como “problemáticos”.

Após duas semanas de busca, a ursa foi capturada em 18 de abril junto de seus três filhotes, de 1 ano e quatro meses, que estavam com ela no momento, eles foram libertados ilesos. Desde então a ursa está presa no centro de detenção da reserva faunística Casteller, enquanto aguarda a decisão sobre seu destino.

E agora?

Inicialmente o Tribunal Administrativo Regional acatou o recurso apresentado pela associação animalista LAV e suspendeu o abatimento da JJ4 até o dia 11 de maio. Nos últimos dias, a Justiça de Trento solicitou mais informações sobre o ataque e suspendeu a ordem do governo local até 27 de junho. A corte aguarda os resultados da autópsia do corredor para tomar uma decisão sobre o destino da ursa.

Além disso, há um pedido legal para enviar a ursa a um refúgio onde ela não represente risco para as pessoas, apresentado por um grupo de defensores dos direitos animais. Esse grupo argumenta que Gaia pode ter atacado o corredor por conta da presença de filhotes próximos à trilha. A família do homem também se opõe ao sacrifício da ursa.

O líder do governo local de Trento afirma que a ursa já havia atacado duas pessoas em 2020 e que a morte do corredor poderia ter sido evitada se ela tivesse sido sacrificada após esse incidente.