(Foto: Reprodução/Instagram)
Edson Arantes Nascimento, o Rei Pelé, faleceu nesta quinta-feira (29), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 82 anos, enfrentava um câncer de cólon e estava internado desde 29 de novembro. O ex-jogador, tricampeão do mundo pela Seleção Brasileira, deixa sete filhos e o legado de maior jogador na história do futebol mundial.
O Hospital Albert Einstein divulgou nota de falecimento às 15h30.
O Hospital Israelita Albert Einstein confirma com pesar o falecimento de Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, no dia de hoje, 29 de dezembro de 2022, às 15h27, em decorrência da falência de múltiplos órgãos, resultado da progressão do câncer de cólon associado à sua condição clínica prévia.
O Hospital Israelita Albert Einstein se solidariza com a família e todos que sofrem com a perda do nosso querido Rei do Futebol.
Uma das filhas de Pelé, Kely Nascimento, confirmou a morte com uma foto das mãos unidas dos irmãos, que acompanharam o pai nesses últimos dias de cuidados paliativos.
No perfil do ex-jogador no Instagram, milhares de fans prestam homenagens na postagem dedicada à notícia.
Pelé será velado no gramado do estádio do Santos, a Vila Belmiro, a partir das 10h de segunda-feira (2). A cerimônia, que termina na terça (3), também às 10h, será aberta ao público.
Conforme o protocolo, divulgado pelo Portal G1, o público entrará pelo Portão 1 e 2 da Vila Belmiro, na esquina das ruas Dom Pedro e Tiradentes. Depois, seguirão, em fila, até se aproximarem do caixão. As pessoas não poderão parar, em nenhum momento, e sairão do estádio pelo Portão 7.
Além da cerimônia na Vila Belmiro, o corpo de Pelé também fará um cortejo pelas ruas de Santos. O sepultamento será restrito a amigos e familiares, no Memorial Necrópole Ecumênica, na cidade do litoral paulista.
Luta contra o câncer
Pelé descobriu o câncer de cólon em 2021 e, em setembro do mesmo ano, passou por cirurgia. O ex-atleta fez diversas sessões de quimioterapia, mas metástases surgiram em outros órgãos, no início deste ano.
Ele foi internado em 29 de novembro, em virtude de uma infecção respiratória pós Covid-19. Na ocasião, os médicos reavaliaram o tratamento do câncer. Ele apresentou melhoras, entretanto, o quadro piorou.
Em 21 de dezembro, o hospital divulgou um boletim médico falando em “progressão da doença oncológica” e da necessidade de maiores cuidados relacionados a problemas renais e cardíacos. Dessa maneira, Pelé passou o Natal internado, na companhia dos filhos.
Trajetória
Nascido na cidade de Três Corações, Minas Gerais, Pelé passou por uma infância marcada pela pobreza. Já morando em Bauru, no estado de São Paulo, foi ensinado a jogar futebol pelo seu pai, que por conta da falta de dinheiro, utilizava como bola uma meia recheada com jornal, amarrada com uma corda. Ainda menino, passou por clubes amadores e juvenis, até que, aos 15 anos, foi levado para um teste no Santos, onde posteriormente ficou marcado como ídolo e mantém até hoje o título de maior artilheiro da história do clube.
Aos 16 anos, Pelé teve sua primeira oportunidade na Seleção Brasileira. Aquele seria o início de uma histórica Era. Durante o ano em que atuava na Canarinho, foi campeão de três Copas do Mundo, em 1958, 1962 e 1970, sendo o único jogador a conquistar este feito. Além disso, carregou durante toda sua vida a marca de maior goleador da história da seleção, com 77 gols em 92 jogos.
De acordo com a International Federation of Football History and Statistics (IFFHS), Pelé é o segundo maior goleador da história do futebol em jogos oficiais. Foram 765 gols em 812 partidas oficiais. No total da carreira, foram 1283 gols em 1363 jogos, que incluem amistosos não oficiais, um recorde mundial do Guinness, o Livro dos Recordes . Sua trajetória no futebol durou 21 anos, atuando de 1956 a 1977 no Santos e de 1975 a 1977 no New York Cosmos, clube dos Estados Unidos que fechou as portas na década de 80.
Vida após os gramados
Após se aposentar dos gramados, Pelé virou embaixador mundial do futebol e fez muitos trabalhos de atuação e comerciais. Dentre os reconhecimentos, em 1992, foi nomeado embaixador da Organização das Nações Unidas (ONU) de Ecologia e Meio Ambiente. Alguns anos depois, foi premiado com a Medalha de Ouro no Brasil, por serviços destacados ao esporte em 1995. Em janeiro do mesmo ano, foi nomeado Ministro do Esporte, no governo Fernando Henrique Cardoso. Já em 2010, passou a ser Presidente Honorário do New York Cosmos.
Por seus números em campo, Edson Arantes foi, em 2000, eleito Jogador do Século pela IFFHS. Posteriormente, foi um dos dois vencedores conjuntos do prêmio Melhor Jogador do Século da FIFA. No mesmo ano, Pelé foi eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional. Em 2012, recebeu um título honoris causa da Universidade de Edimburgo por “contribuição significativa para causas humanitárias e ambientais, bem como por suas realizações esportivas”.
Sua quase passagem por times gaúchos
A chance de Pelé jogar em gramados gaúchos foi além de uma história. No ano de 1957 o Santos excursionava pelo interior do Rio Grande do Sul para realizar amistosos. Com apenas 11 jogos pelo Peixe, aquele que viria a ser o Rei do Futebol chamou a atenção de dirigentes do Brasil de Pelotas e quase vestiu a camisa do Grêmio.
No jogo em Pelotas, na região Sul do Estado, Pelé, com seus 16 anos, foi um dos destaques no empate por 2 a 2, com o Xavante, no Estádio Boca do Lobo. A proposta pelo jovem jogador então teria acontecido no saguão do Grande Hotel de Pelotas. O time gaúcho teria oferecido o atacante Joaquinzinho, que havia marcado um gol no amistoso, e uma quantia em dinheiro em troca do pupilo do técnico Luiz Alonso Perez, o Lula. Nada feito. O treinador recusou a proposta e disse que Pelé era um diamante que ainda estava sendo lapidado.
Na mesma época, Santos e Grêmio conversaram sobre o futuro de Pelé. O negócio, entretanto, não se e o camisa 10 mais importante do mundo ficou no Santos. Em entrevista ao jornal Zero Hora, em 2013, o próprio jogador confirmou as tratativas que, no final, não deram certo.