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Fazendeiros da Nova Zelândia se manifestaram sobre o imposto que pretende cobrar pelas emissões de metano no país. O governo propôs a taxação do gás, produzido naturalmente pelo gado, para estimular a redução de gases poluentes na atmosfera e combater o aquecimento global. O país tem cinco milhões de habitantes e cerca de 10 milhões de bovinos, além de 26 milhões de ovinos. O projeto faz parte do acordo de redução de 30% da produção de metano, assinado pela Nova Zelândia, junto com outros cem países, no ano passado, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Glasgow.
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Os gases liberados, pelas mais de 6 milhões de vacas da Nova Zelândia, estão entre os principais problemas ambientais do país. Dessa maneira, de acordo com a proposta, elaborada por representantes do governo e da comunidade agrícola, pecuaristas terão que pagar por suas emissões a partir de 2025.
A agricultura, responsável por quase metade dos gases de efeito estufa no país, será incentivada a reduzir a produção de metano através de aditivos alimentares, além do plantio de árvores nas fazendas, como forma de compensação. Economistas consideram o projeto a maior intervenção regulatória, desde a remoção dos subsídios agrícolas, na década de 1980.
De acordo com o governo, o dinheiro arrecadado será investido em desenvolvimento, serviços de consultoria para agricultores e pesquisa. A decisão final sobre o imposto está prevista para dezembro deste ano.
Fazendeiros são contra
O presidente da Federated Farmers, associação de fazendeiros, Andrew Hoggard, disse que os agricultores tentam, há mais de dois anos, com o governo, chegar a um plano de redução de emissões que não diminua a produção de alimentos. Para Hoggard, a proposta destruiria as pequenas cidades da Nova Zelândia.
Conforme a agência de notícias Associated Press, parlamentares da oposição afirmam que o programa aumentaria as emissões mundiais de gases, visto que transferiria a agricultura para outros países menos eficientes na produção de alimentos.
Metano e o aquecimento global
O metano é o gás do efeito estufa mais comum depois do dióxido de carbono, o CO2. As suas moléculas têm um efeito de aquecimento maior na atmosfera, a longo prazo. O gás é responsável por um terço do aquecimento global com origem em atividades humanas. Segundo cientistas, em cem anos, o metano aqueceu a Terra em um ritmo de 28 a 34 vezes maior que o CO2.
No mundo, 60% da emissão do gás tem origem em práticas humanas como a agricultura, a pecuária e os lixões. A natureza produz apenas 40%, em locais como os pântanos.