Foto: Lucas Uebel/Grêmio
O Grêmio divulgou o balanço orçamentário do primeiro trimestre de 2023, apresentando um déficit de R$ 80,1 milhões nas contas. Embora o valor seja semelhante ao prejuízo de todo o ano de 2022, é importante destacar que houve uma redução gradual do déficit ao longo dos meses.
Em janeiro, o déficit foi de R$ 37,1 milhões, seguido por R$ 22,7 milhões em fevereiro e R$ 20,2 milhões em março. Esses números totalizam uma dívida de R$ 80 milhões nos primeiros três meses de 2023, período que coincide com a gestão atual.
Em entrevista, para o GE, o presidente Alberto Guerra reconheceu as dificuldades financeiras e enfatizou o compromisso em manter os salários dos jogadores em dia. No entanto, admitiu atrasos no pagamento de fornecedores. Recentemente, o clube renegociou uma dívida com o Banrisul, evidenciando as dificuldades de fluxo de caixa enfrentadas.
Tudo em dia com os atletas. Alguns fornecedores sofrem nisso. Agentes, clubes, acabam ficando como segundo plano, porque priorizamos os atletas – disse Guerra
Apesar dos desafios, o Grêmio obteve receitas significativas no primeiro trimestre, sendo a maior delas proveniente do quadro social, com um lucro acumulado de R$ 18,6 milhões provenientes dos associados. A chegada de Suárez contribuiu para o aumento do número de sócios, que ultrapassou a marca de 100 mil.
Outras fontes de receita importantes foram os patrocínios e a publicidade, que geraram uma arrecadação de R$ 16,2 milhões. Nesse sentido, destaca-se a parceria com o Esportes da Sorte, que auxilia nos pagamentos relacionados a Suárez.
Em relação às despesas, o foco principal está no futebol profissional, com custos de R$ 30 milhões em remuneração e encargos dos atletas e comissão técnica. Além disso, o gasto com contratos de cessão de imagem totalizou R$ 17,2 milhões.
No geral, o Grêmio teve um custo total de R$ 66,3 milhões com funcionários, incluindo o futebol. Essas despesas mensais foram em torno de R$ 20 milhões.
O clube também detalha os “custos diretos de futebol”, que envolvem negociações de atletas, viagens, estadias, aluguéis, materiais esportivos, ingressos para sócios e outras atividades. O total de despesas nessas áreas foi de R$ 13,9 milhões.
O balanço do primeiro trimestre mostrou uma redução gradual do déficit, e a intenção do clube é manter essa tendência ao longo do ano, por meio de maior arrecadação e redução de gastos no futebol.
O Grêmio reconhece a necessidade de vender jogadores na próxima janela de transferências, e Bitello é um dos principais nomes cogitados. Além disso, o clube está otimista em relação ao avanço das discussões sobre a criação da liga no futebol brasileiro e a possibilidade de comercialização com investidores.