Foto: Divulgação/Prefeitura de Taquara
O temporal que atingiu algumas regiões do Estado no final da tarde de ontem (26) deixou estragos. Na cidade de Taquara, no Vale do Paranhana, o cenário da manhã de hoje (27) ainda era de alagamento, casas destelhadas, árvores e barreiras caídas. Meteorologistas afirmam que a causa dos ventos fortes foram micro-explosões e que os efeitos foram semelhantes a um tornado.
De acordo com a Defesa Civil local, 90 casas foram destelhadas durante o temporal. O trabalho nas primeiras horas desta sexta-feira foram dedicados a entrega de lonas para as famílias atingidas e desobstrução das vias. Segundo o Corpo de Bombeiros Militar cerca de cem árvores podem ter sido levadas ao chão, consequência da intensidade dos ventos.
No Centro da cidade, um posto de gasolina perdeu parte do telhado. Também na área central, a Rua Rio Branco ficou alagada e um prédio da Rua Ernesto Alves foi destelhado durante o vendaval com rajadas de força destrutiva.
O Parcão da cidade precisou ser fechado em razão dos estragos e o atendimento ao público nos setores da prefeitura foi suspenso durante o dia de hoje. Alguns locais ficaram inundados e, de acordo com as autoridades locais, era necessário trabalhar na limpeza e organização interna.
O que aconteceu?
A velocidade do vendaval ainda é incerta. Segundo o Observatório Espacial Heller & Jung, localizado em Taquara, os ventos chegaram a ultrapassar os 80km/h. Já a MetSul Meteorologia, que também possui uma estação no município, afirma que o vento pode ser chegado aos 150km/h.
Ainda de acordo com a Metsul, a tempestade severa que atingiu Taquara se deu em dia de calor excessivo no Rio Grande do Sul. A estação meteorológica acusou marcas extremamente altas na região, como 40,7ºC em Porto Xavier, 39,7ºC em Teutônia, 39,2ºC em Colinas e em Feliz, 38,6ºC. No município mais atingido, a estação automática da Faccat apontou 38,6ºC.
Os meteorologistas responsáveis afirmam que o fenômeno que atingiu a cidade pode se tratar de um dowburst ou micro-explosão atmosférica. Segundo eles, este tipo de fenômeno ocorre principalmente no verão, pois se trata de uma época em que os dias são muito quentes e com umidade alta. A partir disto formam-se nuvens de grande desenvolvimento vertical do tipo Cumulonimbus (Cb) que podem atingir até 15 a 20 quilômetros de altura e são capazes de gerar vento destrutivo.
O National Weather Service, dos Estados Unidos, explica que um downburst é capaz de produzir estragos e danos tão graves quanto o de um tornado pela enorme velocidade que o vento pode atingir durante os episódios deste tipo de fenômeno.