Prefeito de Cachoeirinha vira alvo de investigação da PF por supostos delitos em compra de telas interativas

Foto: Arquivo Pessoal

O prefeito Cristian Wasem Rosa (MDB), de Cachoeirinha, está entre os alvos da Operação Rêmora, realizada pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (14) para investigar possíveis irregularidades na aquisição de telas interativas para escolas municipais. A ação incluiu mandados de busca e apreensão em sua residência e na sede da prefeitura. A informação inicial foi divulgada por GZH.

A PF investiga a compra de 321 telas interativas pela prefeitura ao custo individual de R$ 32 mil, totalizando R$ 10,272 milhões. Esses dispositivos eletrônicos podem substituir os quadros tradicionais em salas de aula, permitindo interação com a tela, exibição de vídeos e acesso à internet.

A compra foi realizada por adesão à ata de registro de preço do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Taquari (Consisa VTR), conhecido como “carona”, procedimento que permite a um órgão público aproveitar uma licitação feita por outro. O nome da operação faz referência à espécie de peixe que pega carona em outros animais, como tubarões.

Em setembro de 2022, a Superintendência de Compras e Licitações da prefeitura manifestou oposição à aquisição por “carona”, citando preferência por licitação própria. O prefeito justificou o negócio com parecer da Diretoria de Tecnologia da Informação e de um escritório de advocacia, destacando critérios técnicos além do preço.

Além disso, a legislação local limita a aquisição por “carona” a 50% dos itens licitados originalmente, mas Cachoeirinha excedeu esse limite ao adquirir 321 telas, quando a ata original cotava apenas 600.

Wasem Rosa assumiu a prefeitura em abril de 2022, após cassação dos mandatos do prefeito anterior e do vice. Ele já estava no cargo quando ocorreu a compra das telas, sendo eleito em eleições suplementares em outubro de 2022, com mandato até 2024.