Padre investigado na operação Tempus Veritatis utilizou de sigilo sacerdotal para não ter celular apreendido

Foto: Reprodução/Facebook

Em meio à operação Tempus Veritatis, voltada à apuração de uma suposta tentativa de golpe de Estado associada ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados, o padre José Eduardo de Oliveira e Silva destacou a inviolabilidade do sigilo sacerdotal, mesmo após entregar seu celular às autoridades, recusando-se a fornecer a senha.

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O religioso justificou a recusa citando a necessidade de proteger as confidências recebidas de fiéis, incluindo figuras de alta relevância como políticos e magistrados.

Durante uma transmissão ao vivo, o padre reiterou seu compromisso com a confidencialidade das informações partilhadas em consulta espiritual, sublinhando a diversidade de seu público, que abrange desde autoridades municipais até membros do judiciário e legislativo. José Eduardo também aproveitou a ocasião para reforçar suas convicções religiosas e sociais, promovendo cursos online e solicitando doações.

Identificado pela Polícia Federal como possível membro do núcleo jurídico de um esquema golpista em um encontro no Palácio do Planalto, o padre é citado em investigações relacionadas à difusão de notícias falsas e a elaboração de documentos com intenções subversivas. A presença de uma bandeira do Brasil sobre um altar em suas redes sociais no dia do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 adicionou controvérsia ao seu perfil.

O sacerdote, em sua defesa, enfatizou a subordinação aos princípios constitucionais e a sua disposição em colaborar com a Justiça, rejeitando qualquer participação em atos contrários à ordem constitucional. A Diocese de Osasco, por sua vez, expressou surpresa com as investigações e assegurou sua cooperação com as autoridades para o esclarecimento dos fatos.