Influenciador é indiciado por tráfico equiparado, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro

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A Polícia Federal indiciou o influenciador fitness Renato Cariani por tráfico equiparado, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Cariani permanece em liberdade após a Justiça negar o pedido de prisão feito pelo Ministério Público nesta segunda-feira (18).

O tráfico é considerado equiparado, uma vez que, segundo a Polícia Federal, Cariani não se envolveu diretamente com drogas ilícitas, mas sim com produtos químicos destinados à preparação de entorpecentes.

O influenciador prestou depoimento na sede da PF, em São Paulo, acompanhado de seu advogado. Ele é suspeito de participar de um esquema de desvio de produtos químicos para o tráfico de drogas, especialmente crack.

Antes de prestar depoimento, Cariani optou por não comentar as investigações e afirmou que falaria sobre o caso somente após sair da PF.

Outras duas pessoas, a sócia de Cariani, Roseli Dorth, e seu amigo, Fábio Spinola, também estavam aguardadas para depor e são apontadas como participantes importantes no esquema.

Roseli Dorth, de 71 anos, é considerada sócia-administrativa da indústria química Anidrol, de Cariani, localizada em Diadema, na Grande São Paulo. A defesa de Roseli pediu o adiamento de seu depoimento, alegando falta de acesso ao processo.

As investigações apontam que Roseli estava envolvida em várias transações suspeitas, incluindo a venda de produtos químicos destinados à produção de crack, em parceria com Cariani.

Fábio Spinola também é associado a esse núcleo do esquema e é apontado como amigo de Cariani.

As investigações contra a empresa começaram em 2019, após a farmacêutica AstraZeneca informar ao Ministério Público que a Anidrol, empresa de Cariani, emitiu notas fiscais referentes a movimentações de produtos químicos que não reconhecia como suas em 2017.

Fábio Spinola teria sido responsável por fazer depósitos em espécie na conta da Anidrol relacionados à AstraZeneca em 2019, e também é acusado de criar um falso e-mail em nome de um suposto funcionário da AstraZeneca para negociar a compra dos produtos.

Além de intermediar a venda dos produtos químicos, Fábio era o elo entre a empresa e os compradores de crack e cocaína, direcionando e negociando a entrega. A PF também investiga outras pessoas envolvidas na ocultação dos beneficiários reais do esquema.