Startup gaúcha cria pele para testes de saúde sem o uso de animais

Foto: Núcleo Vitro / Divulgação

Uma startup do Rio Grande do Sul se destacou por realizar testes in vitro inovadores de segurança e eficácia para produtos de saúde, tudo isso sem a necessidade de testes em animais. A Núcleo Vitro (NV) se classificou entre as seis finalistas da Amcham Arena, uma competição promovida pela Amcham Brasil que conecta negócios inovadores a potenciais investidores e grandes empresas.

A fundadora da NV, Bibiana, possui formação em Odontologia pela UFRGS e ganhou experiência no programa Ciência Sem Fronteiras na University of Michigan, nos EUA, onde teve seu primeiro contato com cultivo de células. A NV utiliza métodos baseados em biologia celular e molecular como alternativas éticas aos testes em animais.

Para produtos como cosméticos, farmacêuticos e matérias-primas, a startup emprega técnicas de engenharia de tecidos para reconstruir órgãos em laboratório, revelando as características únicas de cada produto.

As inovações da NV incluem quatro modelos de pele registrados, desenvolvidos em Porto Alegre, e uma patente depositada. O primeiro modelo, chamado NV Skin, replica as duas principais camadas da pele humana (derme e epiderme), permitindo uma avaliação precisa da eficácia de produtos cosméticos.

Outros modelos incluem a NV Melanin, que simula pele pigmentada com melanócitos, a NV Aged, que imita a pele envelhecida, e a NV Viral, desenvolvida durante a pandemia para avaliar produtos que eliminam vírus em superfícies.

Em seus quatro anos de existência, a Núcleo Vitro já avaliou mais de 1,6 mil produtos e desenvolveu mais de 30 metodologias de estudo distintas. A startup trabalha com cerca de 150 empresas no Brasil e em outros 10 países, incluindo a África do Sul, Alemanha, Estados Unidos e Turquia.