Como foi o show do Red Hot Chili Peppers em Porto Alegre

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Às 21h05 da quinta-feira (17), a banda californiana, Red Hot Chili Peppers subiu ao palco da Arena do Grêmio para sua última apresentação no Brasil com a turnê Unlimited Love. Diante de 50 mil pessoas, o baixista Flea e o guitarrista John Frusciante deram início ao que seria o melhor show do grupo em território brasileiro.

O tradicional “Intro Jam” conduzido pela dupla de cordas se estendeu por cinco minutos até a entrada do vocalista Anthony Kiedis. A partir deste momento, a banda embalou hit atrás de hit em uma apresentação que surfou entre o funk rock e o rock melódico dos últimos seis álbuns com a tradicional formação do grupo.

Alterando entre canções dos dois últimos álbuns lançados desde o retorno de Frusciante – Unlimited Love e Return of the Dream Canteen – e músicas marcantes de outras produções, o quarteto manteve sua trivial performance no palco. Enquanto Flea arriscada algumas palavras em português durante os intervalos entre as músicas, Anthony manteve sua alta energia ao dançar, pular e se movimentar pelo entorno do palco durante os solos de John, que não poderiam ter sido mais especiais. O guitarrista ainda protagonizou um cover da música “Terrapin” de Syd Barrett – Ex-Pink Floyd, novidade desta turnê.

Ao final, o grupo se despediu de Porto Alegre com três hits marcados na carreira. By The Way encerrou o show com 50 mil pessoas cantando junto o refrão. Após uma breve saída do palco, a banda retornou para mais duas músicas. Sir Psycho Sexy foi outra novidade no setlist da banda, que ainda foi acompanhada por They’re Red Hot e ao final, Give It Away encerrou a estadia dos californianos no Brasil.

Para quem foi ao evento conseguiu ver quatro amigos tocando sem compromisso de agradar ou entregar alguma coisa para o público. A naturalidade como a banda se porta em um palco, é a maior essência do Red Hot Chili Peppers. A alegria tímida de John Frusciante parece ser transmitida para Flea e Anthony que dividem o palco ao lado do astro e entendem a conexão entre John e seu universo à parte. Anthony segue sendo o mesmo frontman dos anos 90. Rouba a cena quando canta e dança mas cede o espaço no palco para os outros membros. Flea é o fio entre público e banda. Normalmente é o primeiro a subir no palco, a conversar com os fãs. Tudo isso enquanto faz proezas nas quatro cordas do contrabaixo sempre em sintonia com John.

E, por fim, Chad Smith, o baterista do grupo viveu uma experiência única durante a passagem da banda pelo Brasil. O músico desde que chegou foi visto em diversos “rolês aleatórios”, até garantiu um RG para si, se tornando brasileiro. A confecção do Registro Geral de Chad não passa de uma brincadeira, mas dentro do coração do músico e dos fãs da banda, Chad é oficialmente um brasileirinho. No palco, nada diferente. A mesma pegada, como se ainda tivesse seus 30 anos. Quase duas horas de muita percussão, ditando o ritmo para que os outros três músicos flutuassem em suas funções. Chad foi o último a deixar o palco. Jogou as baquetas para o fãs, se despediu, mandou beijos e agradeceu aos brasileiros e gaúchos que estiveram na noite de quinta-feira, na Arena.

O tempo ajudou a lotar a casa e a banda que não precisava prometer nada, entregou tudo, como de costume. A passagem de Red Hot Chili Peppers vai ficar marcada na história e o show em Porto Alegre, possivelmente será recordado como um dos melhores da turnê. Os quatro protagonistas novamente protagonizaram o auge de uma performance “in loco”.

SETLIST – ARENA DO GRÊMIO (RS)

Intro Jam
Can’t Stop
Scar Tissue
Snow (Hey Oh)
Here Ever After
Terrapin (Syd Barrett / solo de John Frusciante)
Havana Affair (Ramones)
Eddie
Parallel Universe
Soul to Squeeze
Me & My Friends
Strip My Mind
Tippa My Tongue
Tell Me Baby
Californication
What Is Soul? (Funkadelic)
Black Summer
By the Way

Bis:

Sir Psycho Sexy
They’re Red Hot 
Give It Away