Foto: Divulgação/EllaLink
A Praia do Futuro é um dos destinos mais populares em Fortaleza, tanto para os moradores locais quanto para os turistas. No entanto, o que muitos não sabem é que sob as águas desta bela praia ocorre uma batalha silenciosa. De um lado, está a questão da conectividade à internet em todo o Brasil, e do outro, a garantia de abastecimento de água para os cearenses.
Ficou confuso? A gente te explica. O governo do Ceará tem apoiado a construção de uma usina que converterá água do mar em água potável. Por outro lado, as empresas de telecomunicações temem que essa estrutura possa danificar os cabos submarinos que fornecem acesso à internet.
Fortaleza é a única cidade brasileira que recebe cabos de fibra ótica diretamente da Europa, garantindo uma conexão de alta velocidade. A partir da capital cearense, esses cabos se estendem até o Rio de Janeiro e São Paulo. Isso se deve à proximidade de Fortaleza com a Europa, a apenas cerca de seis mil quilômetros de distância. De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esses cabos são responsáveis por 99% do tráfego de dados no país.
Qualquer dano aos cabos submarinos poderia resultar em uma interrupção significativa ou uma redução drástica na velocidade da internet em todo o país, de acordo com a Anatel. Para evitar esse risco, a agência emitiu uma recomendação contrária à instalação do projeto da usina de dessalinização.
Segundo a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), conforme o projeto está sendo elaborado atualmente, a usina “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”.
Essa medida interrompeu o progresso do projeto, e agora se estima que a entrega da usina será adiada por pelo menos seis meses. Inicialmente, a previsão era de que a usina entrasse em operação em 2025.