CBF e Ministérios da Igualdade Racial e do Esporte formam parceria para combater racismo

Foto: Willian Meira/MEsp

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), em parceria com os Ministérios da Igualdade Racial e do Esporte, selou um compromisso para intensificar a luta contra o racismo no esporte nacional. Esta iniciativa ganhou destaque no confronto entre São Paulo e Flamengo, ocorrido recentemente no Morumbi.

Na final, diversos painéis do estádio exibiam a mensagem: “Com o racismo não tem jogo“. Informações relativas ao Disque 100, canal vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e Justiça para denúncias, também foram divulgadas.

Marcaram presença no evento Ednaldo Rodrigues, líder da CBF, André Fufuca, o novo ministro do Esporte, e Anielle Franco, à frente do Ministério da Igualdade Racial.

“Estamos desde fevereiro trabalhando em conjunto com outros Ministérios para combater o racismo no futebol. Não é à toa que a gente se opôs a tudo que aconteceu com o Vinicius Júnior, tudo o que tem acontecido dentro e fora de campo no futebol brasileiro. Estamos em um dia de celebração, dando mais um passo com o governo rumo ao combate do racismo nos esportes”, afirmou a ministra Anielle Franco.

Durante o evento, André Fufuca ressaltou a visão brasileira de construção de uma comunidade mais igualitária.

“O futebol é a alma da população, é a vitrine do esporte nacional, é o motivo pelo qual o Brasil ficou conhecido mundialmente. Da mesma forma, também temos que ser reconhecidos pela nossa capacidade de coibir e abolir esse mal. O racismo deve ser abolido dentro e fora dos campos. É dessa maneira que termos a sociedade mais fraterna e justa”, disse.

Devido aos episódios de preconceito contra atletas brasileiros, principalmente na Europa, a CBF intensificou sua postura antirracista. O caso do atacante Vinicius Júnior no Campeonato Espanhol chamou atenção mundial.

Mesmo com a atual edição da Copa Libertadores destacando-se por episódios discriminatórios, as sanções da Conmebol ainda são brandas. Por outro lado, a CBF tem se esforçado para adotar penalidades mais severas.

“Nós fizemos uma parceria com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol, envolvemos Fifa, Conmebol, Uefa e avançamos para colocarmos (a perda de pontos por casos de racismo) no Regulamento Geral de Competições da CBF, para que não ficasse apenas nas multas. Punia-se um jogador, clube e dirigente, e eles entravam com recurso para diminuir a multa. Como se tivesse um preço para praticar o racismo. A CBF foi além, colocou em seu regulamento penas desportivas que vão desde a perda do mando de campo, de pontuação e até exclusão da competição. Isso é o mínimo que se pode fazer porque com o racismo não tem acordo”, afirmou Ednaldo Rodrigues.

Porém, a luta continua, como evidenciado no recente caso de Alexandre Capela, jogador do Villa Real, que alegou sofrer insultos racistas de um adepto do Guarani, em um jogo da segunda divisão do Campeonato Mineiro. A situação resultou em um Boletim de Ocorrência.