Cade investigará contratos de transmissão da Globo com clubes da Série A e B

Foto: Marcelo Cortes/Flamengo

O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) fez uma requisição oficial a todos os times da Série A e 13 equipes da Série B para que submetam os pormenores de seus acordos de transmissão com a Rede Globo até o dia 31 deste mês.

A investigação tem como objetivo averiguar se a rede de televisão favorece certas equipes em termos monetários e restringe acordos e transmissões com outras empresas de mídia.

A entidade reguladora solicita duas versões dos esclarecimentos, uma pública e outra confidencial, a serem enviadas por meio eletrônico até o final do prazo estipulado. A não cooperação das equipes pode resultar em penalidades financeiras, chegando até R$ 5 milhões.

Entre os clubes em foco, destacam-se Flamengo e Corinthians, com as maiores torcidas nacionais e os contratos televisivos mais lucrativos. Apenas pelo serviço de transmissão Premiere, a Globo desembolsou R$ 270 milhões em 2022 para ambos, de um total de R$ 400 milhões repartidos entre as equipes.

Uma solicitação subsequente foi encaminhada à Warner Bros Discovery, pedindo detalhes sobre os acordos mantidos com as equipes até 2021. Em um encontro com o Cade em julho, a Warner comunicou que suspendeu as transmissões da liga devido a interferências da Globo.

Para os clubes da Série B, o objetivo é compreender os termos de transmissão dessa divisão e os possíveis ajustes caso estes se promovam à Série A. Atualmente, a Globo detém os direitos de transmissão por assinatura e pay-per-view da Série B, que se estendem até o final deste ano. Em sinal aberto, os jogos são apresentados pela Band.

O contrato vigente entre os times da primeira divisão e a Globo perdura até 2024. Para 2025, as associações Forte Futebol e Libra debatem renovações com a rede televisiva. A Amazon, já colaboradora da Globo nos acordos da Copa do Brasil, busca expandir essa parceria ao Brasileirão, discutindo uma colaboração mútua.

O Cade retomou a inspeção sobre a Globo, suspeita de monopolização, em junho, reativando uma averiguação interrompida em 2021. Ambas as partes, ao serem contactadas, optaram por não se pronunciar sobre a situação.