Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Marcos Vinícius Alves Barreira, ex-jogador de futebol conhecido como Romário, compareceu à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga fraudes em partidas de futebol e negou ter recebido benefícios para manipular resultados. No entanto, admitiu ter indicado um colega para o esquema e acredita que merece ser responsabilizado por isso.
Romário foi primeiro banido do esporte pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e é apontado pelo Ministério Público de Goiás como o “pivô” do esquema investigado na Operação Penalidade Máxima. Durante seu depoimento à CPI, o relator Felipe Carreras (PSB-PE) questionou quantas vezes o ex-atleta recebeu benefícios para tentar fraudar os resultados das partidas.
Romário respondeu que nunca recebeu benefícios e explicou: “Eu tinha acabado de voltar dos Emirados e não podia jogar mais naquele ano porque eu já tinha rescindido com o Vila Nova. Quando voltei, a janela de transferência já havia fechado, então eu não pude mais jogar. Eles me fizeram uma proposta e eu recusei. Porém, cometi o erro de passar o número do Gabriel Domingos para eles.”
Em seguida, o ex-jogador admitiu que merece pagar pelas suas ações: “Eu errei, errei. Mereço pagar. Mas, na hora do desespero, você acaba fazendo qualquer coisa.”
Romário declarou que nunca tinha ouvido falar sobre manipulação de jogos e nunca tinha sido abordado por aliciadores. “Desde os meus 13 anos no futebol de base, sabia das casas de apostas, mas essa proposta, nunca tinha ouvido falar de jogador cometendo pênalti ou recebendo cartão vermelho de propósito. Fiquei chocado: ‘Como isso poderia acontecer?‘”
De acordo com o Ministério Público, Romário recebeu dinheiro de apostadores na última rodada da Série B do ano passado para cometer um pênalti contra o Sport. No entanto, o jogador não foi relacionado para o jogo.
A convocação do ex-jogador foi baseada no fato de que ele tinha acesso a informações privilegiadas sobre o jogo, incluindo relações com outros jogadores, técnicos e dirigentes. O depoimento de Romário poderia fornecer informações cruciais sobre práticas antiéticas ou ilegais no futebol, contribuindo para desvendar a complexa rede por trás da manipulação de resultados.