Pesquisadora gaúcha é a primeira brasileira a vencer prêmio internacional de astronomia

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A astrônoma gaúcha Marina Bianchin, de 28 anos, é uma das vencedoras do programa de bolsas da Fundação Gruber e da União Astronômica Internacional (UAI). O prêmio reconhece astrofísicos em início de carreira com grande potencial. O anúncio dos premiados foi feito no início desta semana.

Marina, juntamente com outros dois pesquisadores, Pooneh Nazari, do Irã, e Mohit Bhardwaj, da Índia, receberam cada um um prêmio no valor de US$ 25 mil dólares (cerca de R$ 125 mil). Esses recursos serão destinados ao financiamento de viagens para estudos, pesquisas e publicações de artigos científicos.

Nascida em Marau, na Região Norte, a gaúcha tornou-se a primeira brasileira a receber o prêmio, que é concedido desde o ano 2000. Os candidatos às bolsas são pesquisadores nos primeiros anos após a conclusão do doutorado e que têm uma posição de pós-doutorado garantida em outro país. Já a seleção é realizada por uma comissão de jurados, que avalia o currículo, projetos de pesquisa e cartas de recomendação de profissionais reconhecidos na área.

A vencedora completou seu doutorado em 2022 na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), onde também cursou a graduação e o mestrado em Física. Após, obteve uma bolsa de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Irvine, nos Estados Unidos, onde deve permanecer até 2024.

Sua pesquisa está focada no estudo de fluxos de gás molecular utilizando o telescópio espacial James Webb e o telescópio Keck, localizado no Havaí. Estas podem ser ejetadas das regiões próximas a buracos negros presentes no centro das galáxias. A localização e a velocidade dessas nuvens podem influenciar a formação de novas estrelas e a evolução das galáxias. Seu objetivo é pesquisar galáxias que não sejam a Via Láctea, onde se encontra a Terra.

A Fundação Gruber, uma organização filantrópica sediada na Universidade Yale, nos Estados Unidos, oferece diversos prêmios a pesquisadores que demonstram excelência em áreas como Cosmologia, Genética, Neurociência, Justiça e Direitos das Mulheres. Já a União Astronômica Internacional (IAU) é a principal organização astronômica internacional e reúne mais de 12 mil astrônomos profissionais ativos de mais de cem países ao redor do mundo.