Deputado Federal do RS é investigado por suspeita de incentivar atos antidemocráticos

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Deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos), está sendo investigado por suposta participação em atos antidemocráticos. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou na última sexta-feira (19) que a Polícia Federal (PF) retome o caso.

A investigação envolve suspeitas de patrocínio e incentivo a atos antidemocráticos no Rio Grande do Sul e em Brasília, contra o resultado das eleições de 2022. O pedido de investigação teve origem no RS, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu que, devido ao foro privilegiado de Zucco, a análise deveria ser conduzida pelo STF.

Em uma nota enviada ao g1, o parlamentar negou ter cometido qualquer crime e mencionou uma possível instrumentalização para fins políticos, considerando que atua como presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar invasões de terras por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Trata-se de tentativa de “requentar” pauta já há muito esclarecida. Trata-se de tentativa de cercear o pleno exercício de minha atividade parlamentar, isso sim atitude daqueles que não possuem apreço pelo Estado Democrático de Direito. Documentos e vídeos de domínio público da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul demonstram que não há qualquer indício de envolvimento meu com quaisquer atos atentatórios à democracia“, ainda diz a nota.

Moraes, que é o relator das investigações sobre atos antidemocráticos e golpistas, autorizou a PF a analisar se há indícios de crime no comportamento do deputado. No ano passado, a Polícia Civil apontou o deputado como incentivador dos atos antidemocráticos realizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

O documento da Polícia Civil menciona uma postagem feita por Zucco, na época em que ele era deputado estadual. Na publicação, o parlamentar compartilhou uma foto de um ato antidemocrático em frente ao Comando Militar do Sul, que bloqueou vias na região. A Brigada Militar orientou os participantes a liberarem as vias, e o Ministério Público Federal recomendou que a prefeitura de Porto Alegre tomasse medidas para garantir a desobstrução.

Segundo a investigação, na postagem, Zucco convocava as pessoas para protestarem no local. A polícia ainda afirmou que ele respondeu a internautas dizendo que estava retomando “aquilo que as eleições supostamente teriam subtraído do povo”.