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O último final de semana foi movimentado para o União Frederiquense. Após a saída polêmica do técnico Diego Mello, que pediu demissão no intervalo do jogo contra Tupi, durante a terceira rodada do Gauchão A2 – Esportes da Sorte, alegando interferência do empresário Pablo Bueno, o clube convocou uma coletiva de imprensa para esclarecer assuntos sobre a parceria entre o Leão da Colina e a MDEZ 360.
De acordo com o presidente do clube, Edison Cantarelli, a diretoria do União não tem responsabilidade sobre o ocorrido em Crissiumal. Em entrevista ao GZH na última segunda-feira (1), Diego Mello afirmou que o empresário quis mexer na equipe e colocar dois atacantes que possuem contrato com a MDEZ, após o primeiro tempo terminar empatado em 0x0. Entretanto, no mesmo dia, ao portal da Rádio Luz e Alegria, de Frederico Westphalen, o proprietário da empresa, Pablo Bueno, afirmou que o técnico estaria mentindo sobre a situação.
“Sobre o fato em Crissiumal, a direção não intervém no vestiário, não estávamos presentes no vestiário e nunca a direção interviu no futebol. Entendemos que os profissionais do futebol são responsáveis e o vestiário é um local deles. O fato ocorrido entre duas pessoas de uma mesma empresa [Diego Mello e Pablo Bueno] e eles são responsáveis pelos seus atos“, disse o presidente do clube, que ainda afirmou que a parceria segue “de acordo com o combinado”.
O presidente do Leão da Colina ainda explicou que de acordo com o contrato, o clube tem responsabilidade de arcar com alimentação, alojamento e locomoção para jogos e treinamentos, enquanto a MDEZ 360 é responsável pelos vencimentos e gestão do departamento de futebol. O contrato possui validade de um ano e é renovável para mais um, caso ocorra o interesse de as ambas partes.
“A cláusula terceira constitui as obrigações da MDEZ para a temporada de 2023. Custear toda folha de pagamento dos atletas e profissionais envolvidos, encargos trabalhistas, taxas federativas, passagens de apresentação e retorno de atletas e comissão técnica, responsabilizar-se solidariamente por eventuais profissionais em caso de ajuizamento cíveis e trabalhistas e ceder 20% dos direitos de todos os atletas indicados pela MDEZ. […] Temos em torno de 50 famílias que são contratadas pela MDEZ, entre atletas, staff e comissão técnica, e hoje o custo entre salário, premiações, luvas é de 140 ou 150 mil que estão sendo cobertos pela MDEZ, fora equipamentos que a empresa vem investindo para dar condições e qualidade ao trabalho profissional“, explicou.
O mandatário ainda afirmou que o clube está dependendo do dinheiro arrecadado pelas bilheterias em jogos para que os funcionários do clube sejam pagos, condições que, segundo ele, não seria possível manter o futebol profissional. “A realidade fazer futebol no nível que o União Frederiquense está fazendo é muito difícil, então o torcedor precisa entender que seria inviável nós conseguirmos fazer futebol sem essa ou qualquer outra parceria“, finalizou.
Ao final da coletiva, Cantarelli reafirmou a importância da MDEZ 360 no projeto de transformar o Leão da Colina em Sociedade Anônima do Futebol (SAF), objetivo que foi muito mencionado ainda na pré-temporada. Segundo ele, a empresa de Pablo Bueno seria a responsável por fazer a interlocução entre o clube e possíveis investidores. Contudo, o mandatário afirma que não recebeu nenhuma proposta para a venda do clube, mas confirmou reuniões com um grupo europeu para possível SAF.
A coletiva completa está disponível no facebook do jornal O Alto Uruguai.