Idosa recebe indenização após ingerir cápsulas de vitamina D com dosagem 500 vezes superior

Uma empresária, de 72 anos, foi indenizada em R$ 170 mil por ingerir vitamina D em doses extremamente elevadas
(Crédito: Divulgação/Stem)

Uma empresária, de 72 anos, foi indenizada em R$ 170 mil por ingerir vitamina D em doses extremamente elevadas. Conforme a apuração de GZH, a mulher tomou as cápsulas da substância com dosagem 500 vezes superior à indicada na embalagem, durante 29 dias. A decisão judicial também obrigou a empresa Stem Pharmaceutical a cobrir os custos hospitalares. 

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O caso aconteceu em setembro de 2020, mas a decisão da Justiça transitou em julgado no início deste mês. O valor da indenização será dividido entre a mulher e os filhos. A empresária fica com R$ 70 mil e cada um dos descendentes leva R$ 20 mil. O advogado explicou que os filhos sofreram ao ver a mãe entre a vida e a morte.  

A empresária começou a apresentar náuseas, dor de cabeça e fraqueza. Ela realizou testes de covid-19, que não confirmaram a presença do vírus, e, sem apresentar melhora no quadro de saúde, procurou um hospital. A idosa ficou internada por oito dias por conta de insuficiência renal. O laudo médico apontou que a causa foi a intoxicação de vitamina D. 

Testes particulares realizados em frascos de lotes recolhidos apontaram que cada comprimido possui 1 milhão de unidades de vitamina D, segundo GZH. Porém, o rótulo do composto produzido pela Stem Pharmaceutical, exibe a indicação “Vitamina D 2000 Unidades Internacionais”. No caso, cada cápsula correspondia à ingestão de 500. 

Interdição cautelar de lote de vitamina D em 2020

Em 2020, um alerta foi divulgado pelo Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) sobre a interdição cautelar de um lote do suplemento alimentar de vitamina D da marca Stem Pharmaceutical. O órgão do Governo do Estado informou que o produto apresentou concentração acima do recomendado. Na época, dois casos de intoxicação por ingestão do suplemento foram registrados em Porto Alegre.

A Stem se manifestou, por meio de nota, ao portal GZH, sobre a situação ocorrida em setembro de 2020.  

“A Stem atendeu todos os consumidores que a procuraram. Nesse sentido, custeou todos os atendimentos, incluindo despesas com consultas, exames e tratamentos. O recall do produto foi feito em todo o Brasil. Desde então, a indústria passou por ampla auditoria e tem todas as licenças regulares, bem como reforço nos processos de controle de qualidade com muito mais etapas de checagem.”

Orientações do Centro Estadual de Vigilância em Saúde:

  • – Evite automedicação.
  • – Consuma suplemento alimentar de vitamina D com a indicação de um médico ou nutricionista, de acordo com as quantidades prescritas, considerando que doses elevadas são prejudiciais à saúde.
  • – Caso tenha ingerido o produto acima descrito e apresentado sintomas, procure atendimento médico.

Sintomas relacionados ao consumo elevado de vitamina D:

Náusea, vômitos, fraqueza, anorexia, desidratação e quadro agudo de insuficiência renal. 

Segundo a Cevs, a vitamina D é um pré-hormônio que atua como importante regulador do cálcio e do metabolismo ósseo. As formas originais de vitamina D, colecalciferol (vitamina D3) e ergocalciferol (vitamina D2), podem ser obtidas por meio de dieta, de suplementos alimentares ou da síntese cutânea endógena, o conhecido banho de sol.