Com produção e venda suspensas pela Anvisa, Fugini é investigada por molho de tomate contaminado no RS

Delegada de Viamão aguarda perícia para determinar o material encontrado em pacotes de molho de tomate no município
Reprodução

A Fugini Alimentos é investigada por suspeita de crime contra as relações de consumo pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Na ocasião, consumidores da Região Metropolinata de Porto Alegre encontraram corpos estranhos dentro de molho de tomate. A empresa também está suspensa pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de fabricar, comercializar e distribuir produtos desde quarta-feira (29).

A suspensão foi determinada pela agência reguladora após uma vistoria na fábrica da Fugini Alimentos, em São Paulo. Além disso, a empresa confirmou o uso de matéria-prima vencida e anunciou recall de maionese. Confira os lotes no final da matéria.

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Após dois meses da primeira ocorrência, o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen), informou, no dia 22 de fevereiro, que o material estranho encontrado dentro de embalagens de molho de tomate da marca Fugini foi identificado como um fungo. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que aguarda laudos do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

O inquérito policial apura ocorrências registradas por consumidores que teriam adquirido molho de tomate pronto para consumo contendo corpos estranhos dentro das embalagens. O material encontrado se assemelha visualmente a pele de um animal. Os produtos foram adquiridos em diversos estabelecimentos comerciais de Viamão. Há também relatos de casos em Porto Alegre, São Leopoldo, Sapiranga e Dois Irmãos.  

Conforme a nota divulgada pelo Lacen, cinco amostras do produto, em embalagens fechadas, chegaram ao laboratório e foram avaliadas. A instituição estadual não informou o que pode ter causado o problema e os possíveis riscos ao consumidor que tenha consumido o produto contaminado.

“Todas tiveram resultado satisfatório para as análises microscópicas de pesquisa de matérias estranhas e contagem de filamentos micelianos (fungos)”, informou o laboratório.

Caso está sendo investigado pela polícia

De acordo com a delegada Jeiselaure Rocha de Souza, titular da 1ª DP de Viamão e responsável pelo caso, já chegaram ao conhecimento da Polícia Civil fatos ocorridos também em outros municípios. Há relatos de famílias que chegaram a consumir parte do produto antes de constatar a presença dos corpos estranhos, pois adquiriram embalagens contendo mais de 1kg do produto. Ainda segundo a delegada, já foram adotadas providências junto à Vigilância Sanitária e estabelecimentos comerciais, orientando os consumidores para que observem as condições do produto.

Consumidores que encontrarem algum material estranho em um molho de tomate devem entrar em contato com a polícia para registrar o fato. O número de telefone da 1ª Delegacia de Viamão, que também atende pelo WhatsApp, é (51) 98444-0606.

Divulgação PC/RS

As vítimas e proprietários dos estabelecimentos comerciais já foram ouvidos. Também foram solicitadas informações à empresa, bem como realizados demais encaminhamentos às autoridades. Dados como local de compra e lote da mercadoria são importantes, assim como o registro das ocorrências policiais por parte dos consumidores para apuração dos fatos.

Os produtos apresentados são impróprios para consumo e foram encaminhados para perícia, sendo necessário analisar o contexto do processo de produção das unidades colocadas à disposição dos consumidores.

A delegada Jeiselaure afirma que a investigação está sendo tratada com prioridade, tendo em vista que é uma marca amplamente comercializada nas redes de varejo e atacado de alimentos. A ação investiga a possibilidade de crimes contra as relações de consumo e também questões sanitárias e ambientais.

Polícia aguarda laudo para determinar material encontrado em molho de tomate

Ao portal GZH, a responsável pelo caso afirmou que precisa saber efetivamente do que se trata o material encontrado. A delegada de Viamão disse ao site que a Fugini teria manifestado que o material encontrado pelos consumidores gaúchos seria fungo formado dentro de embalagens que teriam microperfurações. A informação também chegou a ser divulgada em rede social da fabricante do produto, que tem sede na cidade de Monte Alto, no interior de São Paulo.

Fugini admite uso de matéria-prima vencida e anuncia recall de maionese

Em comunicado publicado na quinta-feira (30), a Fugini Alimentos confirmou que utilizou ingredientes vencidos na produção de maionese. Esse motivo ocasionou o recolhimento dos itens impróprios para consumo.

Por um erro operacional, esse lote de produtos foi fabricado com adição do ingrediente urucum (agente natural para dar cor ao produto) que representa 0,003% da formulação que estava fora da sua data de validade), diz a nota.

A empresa providenciou o recall do produto Maionese Fugini, que é produzida na planta de Monte Alto-SP, no período de 20/12/2022 a 21/03/2023. O prazo de validade do produto é de dezembro de 2023, com número de lote a partir do número 354, e qualquer lote com prazo de validade em janeiro, fevereiro ou março de 2024.

Em nota, a empresa afirma que sempre “cumpriu com todas as nossas obrigações sociais, legais, trabalhistas, fiscais e tributárias, nos posicionado como uma locomotiva do desenvolvimento do Agronegócio do Brasil e principalmente dos estados de São Paulo e Goiás, e assim pretendemos seguir”.