Justiça concede liberdade condicional ao goleiro Bruno

Foto: Reprodução

No início desta semana, a Justiça do Rio de Janeiro concedeu liberdade condicional ao ex-goleiro Bruno, condenado a pena de 20 anos e 9 meses de reclusão pela morte e desaparecimento do corpo da modelo Eliza Samúdio, caso que aconteceu em 2010. 

A partir desta decisão, Bruno fica obrigado apenas a se apresentar trimestralmente à Justiça em uma das unidades do Patronato Magarinos Torres, no estado do Rio, para assinar boletim de frequência e manter atualizados seu endereço e suas atividades.

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Na decisão, assinada pela juíza Ana Paula Abreu Filgueiras, ela afirma que o ex-goleiro cumpria pena desde 2019 em prisão domiciliar – regime que estabelece, por exemplo, limite de horários para estar fora de residência.

Não existe impedimento concreto à concessão do livramento condicional ao apenado, na medida em que ele preenche o requisito objetivo necessário desde 10/04/2022, conforme cálculo do atestado de pena atualizado. Quanto ao mérito, o apenado desempenhou atividades laborativas após a concessão da progressão de regime e cumpriu regularmente as condições da prisão domiciliar, valendo destacar que não há novas anotações na Folha de Antecedentes Criminais (FAC)”, – cita a decisão.

Manifestação contrária

Antes da publicação, o Ministério Público do Rio de Janeiro havia se manifestado contrário ao benefício e solicitou à Justiça a elaboração de exame criminológico. Ou seja, uma perícia que tem o objetivo de descobrir a capacidade de adaptação do condenado ao regime de cumprimento da pena, sua a probabilidade de não cometer outros crimes e o grau de probabilidade de reinserção na sociedade, através de um exame genético, social e psicológico.

O pedido, porém, foi não foi aceito pela juíza, que citou a decisão que autorizou regime semiaberto para Bruno, em 2019. Na época, a justificativa de soltura era que ele havia cumprido o tempo necessário para progressão da pena, conforme está previsto na Lei de Execuções Penais (LEP). 

O apenado cumpre pena em prisão domiciliar desde 2019, conforme decisão proferida pelo Juízo da Execução da 1ª Vara Criminal e de Execuções Penais da Comarca de Varginha (MG). Tendo em vista que o apenado retornou ao convívio social há mais de três anos, indefiro a elaboração de exame criminológico e passo a analisar o pleito de livramento condicional levando em conta o comportamento do apenado durante a prisão domiciliar” – afirma.

Relembre o caso

Eliza desapareceu em 2010 e o corpo não foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.

Em março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da mulher. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.

Sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, também passou por julgamento, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Macarrão e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.

O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi em agosto de 2013 e condenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques, o Coxinha, por sequestro e cárcere privado do filho de Eliza Samudio com Bruno. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.