Polícia conclui que Seu Jorge foi alvo de ofensas raciais, mas não identifica autores

Ninguém foi indiciado no inquérito que investiga atos de racismo contra o cantor Seu Jorge, no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre
Foto: Divulgação/Lab3TV

Cerca de dois meses depois, a Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga atos de racismo contra o cantor Seu Jorge, em um show realizado no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre, no dia 14 de outubro. Mesmo confirmando que o artista foi alvo de ofensas raciais, a investigação não identificou os autores do crime. Ninguém foi indiciado. 

De acordo com a delegada Andrea Mattos, titular da Delegacia de Combate à Intolerância, em entrevista coletiva realizada na sexta-feira (16), a pluralidade de vozes nos trechos de áudios do show analisados pela investigação, impediram a identificação.

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A delegada destacou que as imagens da plateia também não ajudaram devido à perspectiva que foram registradas. A estimativa é de que havia aproximadamente 800 pessoas no local. Mesmo assim, a responsável pela polícia disse que testemunhas confirmaram ter ouvido as ofensas racistas. Foi constatado que há materialidade no caso, mas não é possível atribuir a autoria a uma pessoa física.

A investigação da Polícia Civil ouviu relatos de 17 pessoas envolvidas. Entre os depoimentos coletados estão o cantor, músicos, pessoas que trabalharam no evento, o presidente do clube e testemunhas. Conforme a investigação, a prova testemunhal confirmou as acusações. O caso pode ter desdobramentos na esfera cível. O clube Grêmio Náutico União, onde foi realizado o evento, não será responsabilizado.

Relembre o caso de racismo contra Seu Jorge

O cantor Seu Jorge falou, pela primeira vez, no dia 17 de outubro, sobre os ataques racistas que sofreu durante um show em Porto Alegre, na semana anterior. Em vídeo de nove minutos nas redes sociais, no qual a bandeira do Rio Grande do Sul compõe o cenário, o artista confirmou ter ouvido xingamentos e ofensas racistas.

Um dia depois, a Polícia Civil afirmou que houve crime de racismo. A delegada responsável pelo caso, Andrea Mattos, falou sobre um vídeo de celular, analisado na investigação, em que é possível ouvir algumas ofensas.