Aeroportos registram atrasos e cancelamentos após início de greve dos aeronautas

Foto: José Cruz/Agência Brasil

O segundo dia de greve dos aeronautas causou transtornos nos aeroportos espalhados pelo País. O movimento teve início ontem (19) e a categoria reivindica reajustes salariais e melhores condições de trabalho. Conforme o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a greve irá se estender por tempo indeterminado.

Na manhã de hoje (20) pelo menos oito voos com embarque ou desembarque no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, foram adiados ou cancelados.

Três voos que partiriam da Capital com destino à cidade de São Paulo, às 9h05 e às 16h05, foram cancelados, assim como outros quatro voos que pousariam no Aeroporto Salgado Filho. Marcados para entre 8h e 14h20, eles viriam de São Paulo e Curitiba. Um quinto, que iria decolar de São Paulo, atrasou.

Aeroportos de São Paulo, Guarulhos, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília e Fortaleza também registraram a paralisação nas primeiras horas do dia.

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Primeiro dia de greve

No primeiro dia de greve, o aeroporto Salgado Filho registrou cancelamento em dois embarques e dois desembarques além de sete atrasos, todos com destino aos terminais de Congonhas e Guarulhos. 

O Aeroporto de Congonhas e o Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foram notificados 34 atrasos e 8 cancelamentos, e no outro 10 voos tiveram atraso. Em ambos, antes das 9h às operações foram retomadas.

No Rio de Janeiro, os voos do Aeroporto Santos Dumont foram suspensos entre 6h e 8h, o que provocou 11 cancelamentos e oito atrasos, entre partidas e chegadas, de acordo com a Infraero.

Já em Brasília, dois voos foram cancelados. Um deles vindo de Salvador e outro que partiria do terminal para Fortaleza.

Reivindicações

A categoria, composta por comandante (piloto), co-piloto, comissário de bordo, mecânico de voo, navegador e radioperador de voo, cobra melhores condições de trabalho, como definição de horários de início das folgas e proibição de alteração das mesmas, além de reajustes salariais.

Na última sexta-feira (16), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) interveio e determinou a manutenção de 90% dos aeronautas em serviço no caso de greve da categoria, além de multa diária de R$ 200 mil em caso de descumprimento. A decisão é uma resposta à ação judicial do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) contra o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA).

Uma negociação chegou a ser ensaiada. Entre as propostas apresentadas, reajuste de 100% do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) sobre salários fixos e variáveis, mais aumento real de 0,5% sobre diárias nacionais, piso salarial, seguro, multa por descumprimento da convenção e vale-alimentação.

Além disto, redução das folgas mensais mínimas de dez para nove, recebendo, caso utilize, indenização equivalente a 1/20 de seu salário fixo. No entanto, o SNA rejeitou a proposta por mais de 76% dos mais de 5,7 mil votantes, e decidiu pelo prosseguimento da greve. 

O que dizem as empresas

A Latam confirmou as alterações em embarque e desembarque em todo Brasil e afirmou que está em negociação com o SNA desde o início de setembro para construção do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Já a Gol afirmou que todos os voos previstos foram operados e apenas alguns sofreram atrasos.

A Fraport, administradora do Aeroporto Internacional Salgado Filho, disse em nota que a empresa “não tem gestão sobre a greve e nem sobre os procedimentos das companhias aéreas para remarcação de voos”. No site da empresa é possível acessar o painel de voos para que o passageiro possa conferir atrasos e cancelamentos.