(Créditos: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Justiça condenou João de Deus a mais 109 anos e 11 meses de prisão, em três processos diferentes, por crimes sexuais em Goiás. Além da condenação, ele foi sentenciado a pagar indenização por danos morais de até R$ 100 mil às vítimas. A defesa, por sua vez, disse que vai recorrer.
Somando as condenações em outros seis processos, João de Deus tem mais de 223 anos de reclusão. Ele foi também foi considerado culpado por violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e posse ilegal e irregular de arma de fogo. O médium está em prisão domiciliar determinada pela Justiça de Goiás.
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Última condenação
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 51 anos e 9 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2016; |
Crimes sexuais contra três vítimas: 16 anos e 10 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2011 e 2013; |
Crimes sexuais contra cinco vítimas: 41 anos e 4 meses de reclusão em regime inicialmente fechado por crimes entre 2010 e 2015. |
Condenações anteriores
Violação sexual mediante fraude: 4 anos prisão (janeiro de 2022) |
Posse ilegal de arma de fogo: 4 anos em regime semiaberto (novembro de 2019) |
Crimes sexuais contra quatro mulheres: 19 anos em regime fechado (dezembro de 2019) |
Crimes sexuais contra cinco mulheres: 40 anos em regime fechado (janeiro de 2020) |
Violação sexual mediante fraude: dois anos e meio de reclusão (maio de 2021) |
Estupro e estupro de vulnerável contra quatro mulheres: a 44 anos de prisão. |
Nota da Defesa de João de Deus
“Concernente às sentenças proferidas nos autos nº 5644/2020 – A denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás apontou para a suposta prática de 7 (sete) crimes sexuais, sendo que desse total João de Deus foi absolvido de 4 acusações e condenado em 3 (três) acusações a um pena de 16 anos e 10 meses de reclusão.
Referente aos processos 4084/2019 e 022752/2019 João de Deus foi acusado de praticar crimes sexuais contra 5 vítimas em cada processo, sobrevindo condenação que impôs a pena de 51 anos e nove meses e 41 anos e quatro meses, respectivamente, a ser cumprida em regime fechado.
A defesa irá recorrer das sentenças perante o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás uma vez desconsideraram aspecto relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de 06 (seis) meses para a representação da vítima, requisito exigível pela legislação penal vigente à época dos fatos, como condição de procedibilidade da Ação Penal e também, e não menos relevante, reforçar a fragilidade dos argumentos da acusação quanto a condição de vulnerabilidade das supostas vítimas, especialmente porque todas eram capazes, tinham plena consciência dos seus atos e se dirigiram espontaneamente até a Casa de Dom Inácio em Abadiânia, em alguns casos ali retornando diversas vezes.“
Relembre o caso João de Deus
No início de dezembro de 2018, começaram a surgir denúncias de abusos sexuais, durante atendimentos espirituais de João de Deus, na casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, no estado de Goiás. Ele foi preso pelas acusações em 16 de dezembro do mesmo ano.
Em março de 2020, ele foi para prisão domiciliar por motivos de saúde, porém, retornou ao presídio em agosto de 2021. Um mês depois, ele voltou a cumprir pena em casa, onde segue até o momento.