Reprodução/Rui Goulart
O aguardado desfecho da segunda e última etapa do leilão das duas fazendas que outrora pertenceram ao ex-presidente João Goulart aconteceu nesta sexta-feira (11). Mais uma vez, porém, nenhum comprador se fez presente. Esta situação se repete, visto que na primeira rodada, ocorrida em julho, também não houve interessados em arrematar as propriedades.
Localizadas em Itacurubi, na Região Central do Rio Grande do Sul, e em Itaqui, na Fronteira Oeste do Estado, essas fazendas, avaliadas em mais de R$ 250 milhões, permanecem sem novo proprietário. A avaliação dos valores foi realizada pela casa de leilões responsável pelo evento.
João Goulart, que nasceu em 1919 na cidade de São Borja, situada na Fronteira Oeste, ocupou a presidência do Brasil como 24º presidente, cumprindo seu mandato de 1961 a 1964, quando seu governo foi interrompido por um golpe militar. Jango, como era popularmente conhecido, era herdeiro político de Getúlio Vargas, conterrâneo de São Borja. Sua ascensão à presidência aconteceu após a renúncia de Jânio, durante a Campanha da Legalidade, liderada por seu cunhado e então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola. Em 2 de abril de 1964, João Goulart foi destituído do cargo. Na época, Jango encontrava-se no Rio Grande do Sul buscando apoio de seus aliados, uma vez que enfrentava a possibilidade iminente de detenção.
O ex-presidente faleceu em 1976, em uma das suas fazendas, localizada na Argentina.
Rui, um dos herdeiros diretos de Jango, explicou que a decisão de colocar as fazendas à venda partiu da família, devido à falta de interesse dos possíveis sucessores em continuar administrando as propriedades. Os recursos provenientes da venda serão divididos entre Rui e seus dois irmãos, herdeiros legítimos de João Goulart.