Reprodução/Regional and Mesoscale Meteorology Branch
A previsão meteorológica indica que o Rio Grande do Sul enfrentará a passagem de mais dois ciclones extratropicais ainda neste mês. Esse fenômeno climático se tornou recorrente no Estado, sendo o terceiro registrado em menos de 30 dias. A possível associação com o El Niño, que está ativo este ano, e as mudanças climáticas podem estar relacionadas ao aumento na ocorrência desses eventos. No entanto, as chances de impacto direto são mínimas, trazendo um alívio para a região.
Os ciclones extratropicais são áreas de baixa pressão atmosférica, caracterizadas por ventos circulares e intensos, formados a partir de contrastes de temperatura. Esses sistemas meteorológicos são comuns ao longo da costa sul e sudeste do Brasil e podem surgir em qualquer época do ano, embora sejam mais frequentes durante o outono e inverno.
De acordo com o site GZH, que consultou o meteorologista da Climatempo Vinícius Lucyrio, existe a possibilidade de formação de áreas de baixa pressão atmosférica nos dias 19 e 20 de julho, bem como no dia 26 deste mês. Essas formações podem dar origem a novos episódios de ciclones extratropicais.
No mês passado, o Estado sofreu os efeitos de um ciclone entre os dias 15 e 16 de junho, que resultou em mortes, desaparecidos e inundações em algumas regiões. Posteriormente, ocorreu um ciclone de menor impacto durante o segundo final de semana de julho. E, agora, um novo ciclone atingiu o Estado na quarta-feira, causando fortes ventos em todo o território e resultando em uma vítima fatal até o momento.
Possíveis causas
Além do aumento na frequência de frentes frias, típicas do inverno gaúcho, é possível estabelecer uma relação entre a incidência e a intensidade desses fenômenos com as mudanças climáticas e, possivelmente, com o fenômeno El Niño. O primeiro fator, por exemplo, pode influenciar no aumento das temperaturas, uma condição propícia para a formação dos ciclones extratropicais nesta época do ano.
No entanto, os meteorologistas destacam que ainda é cedo para afirmar uma conexão direta entre o El Niño e os ciclones extratropicais recentes. Além disso, as previsões indicam que áreas de baixa pressão atmosférica continuarão se formando em agosto, o que pode resultar na formação de ciclones, embora com baixas chances de impacto direto no Rio Grande do Sul.