(Crédito: Reprodução/Rádio Solaris)
Um grupo de trabalhadores do Frigorífico JBS, em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, paralisou as atividades, na manhã desta quarta-feira (10). Cerca de 100 funcionários estiveram em frente a empresa e cobraram explicações sobre a morte de um trabalhador venezuelano, ocorrida nesta terça-feira (9).
Edgar José Oliveiros Acosta, de 37 anos, foi encontrado sem vida no banheiro da empresa após ter procurado ajuda na enfermaria da empresa, segundo os relatos dos colegas. No local, a equipe de saúde teria afirmado que ele tinha apenas frio. No retorno ao trabalho, o venezuelano voltou a passar mal, foi até o banheiro e não retornou mais ao posto de trabalho. Ele foi encontrado morto por volta do meio-dia.
Conforme apuração do jornal Pioneiro, o turno de trabalho da maioria dos funcionários paralisados começaria às 4h desta quarta-feira. Um representante da empresa convidou cinco funcionários para uma reunião, por volta das 7h. No encontro ficou acertado que a empresa disponibilizaria transporte até o velório. Segundo a publicação, também foi criado um comitê, com funcionários brasileiros, haitianos e venezuelanos, para discutir a política de saúde da empresa.
Uma das funcionárias relatou ao jornal que os trabalhadores não tinham acesso à enfermaria sem autorização de um supervisor. Outra colaboradora, que participou da reunião, comentou que o fato poderia acontecer com qualquer outro funcionário e que a empresa precisa disponibilizar profissionais da saúde para auxiliar nestas situações. Além disso, no encontro, ela ouviu o compromisso da empresa em disponibilizar dois médicos por turno.
As circunstâncias da morte serão investigadas pela Polícia Civil. Ao Pioneiro, o delegado Rodrigo Duarte, da 1ª Delegacia de Polícia de Caxias, afirmou que um inquérito já foi instaurado, mas a causa da morte só poderá ser confirmada com o laudo necroscópico.
Venezuelano trabalhou quatro dias na JBS de Caxias do Sul
O venezuelano Edgar José Oliveros Acosta tinha 37 anos e buscava no Brasil uma oportunidade de melhorar de vida. De acordo com o Pioneiro, ele nasceu em Maturín, cerca de 500 km Caracas, e estava há apenas um mês em Caxias do Sul.
Na Serra Gaúcha, Edgar morava com a irmã e um cunhado no bairro São Cristovão. Ele começou, na semana passada, a trabalhar na unidade do frigorífico JBS, no bairro Ana Rech. No dia da morte, ele cumpria seu quarto dia de trabalho.
Conforme o jornal, os familiares optaram pelo sepultamento em Caxias do Sul, no Cemitério Santos Anjos.
JBS de Caxias lamenta o fato
O Frigorífico JBS de Caxias do Sul emitiu uma nota, via assessoria de imprensa, sobre o ocorrido:
“A JBS lamenta o falecimento de um colaborador nesta terça-feira (09/05), na unidade de Ana Rech. A Companhia se solidariza com seus familiares e amigos, e está prestando todo apoio necessário à família nesse momento de profunda dor e tristeza”.