Laudo técnico indica que ponte pênsil entre RS e SC rompeu por corrosão

A corrosão nos cabos de sustentação da ponte pênsil sobre o Rio Mampituba foi determinante para a queda da estrutura que liga os dois estados
(Crédito: Divulgação/CBMRS)

A corrosão nos cabos de sustentação da ponte pênsil sobre o Rio Mampituba foi determinante para a queda da estrutura. A informação consta no laudo técnico do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que a RBS TV teve acesso de forma exclusiva. A ponte de pedestres liga as cidades de Torres, no Litoral Norte, e Passo de Torres, em Santa Catarina. 

No dia 20 de fevereiro deste ano, a ponte pênsil caiu quando cerca de 100 pessoas realizavam a travessia. Uma delas era Brian Grandi, 20 anos, que foi encontrado morto três dias depois, na praia de Passo de Torres, em Santa Catarina. 

Conforme o documento obtido pela RBSTV, há “indícios de que não houve manutenção nem inspeção visual adequadas”.

“Uma inspeção mais detalhada teria revelado o estado de oxidação antes do dano catastrófico”, diz o laudo.

Laudo aponta que inspeção visual revelaria o estado dos cabos da ponte pênsil

O Laboratório de Processos Eletroquímicos e Corrosão (Eletrocorr) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) analisou pedaços de três cabos de aço da ponte. Todos apresentavam corrosão em diferentes níveis de intensidade. A perda da espessura devido à corrosão chegava até 22%, segundo o laudo.

De acordo com o G1RS, o documento descreve uma “situação de corrosão sob tensão” e que a região rompida estava “há muito comprometida”. Para os peritos, “o cabo rompeu por forte oxidação esfoliativa associada ao trefilamento dos cabos” e que “uma inspeção visual superficial revelaria o estado de dois dos três cabos”.

“O estado de corrosão de dois cabos é tão intenso que não teriam condições de resistir a esforços mecânicos maiores por muito tempo”, diz o laudo.

Além disso, o documento indica que grampos de fixação foram usados em desacordo com a norma legal e em número menor que o indicado.

Investigação 

Até o momento, o inquérito da Polícia Civil de Santa Catarina não definiu de quem é a responsabilidade pela manutenção da ponte. A Polícia Civil no Rio Grande do Sul avalia, ainda, a possível responsabilização de agentes públicos no caso.