(Reprodução/TV Globo)
Dois homens foram presos, na última quarta-feira (29), em Porto Alegre, suspeitos de fazer parte de um grupo neonazista, que teve integrantes presos em novembro de 2022, em Santa Catarina. Conforme reportagem exibida no programa “Fantástico”, da Rede Globo, no domingo (02), um dos presos gaúchos é Fábio Lentino, operador de áudio da Rádio Gaúcha Serra. À polícia, ele confessou participar de encontros dos brasileiros associados ao grupo internacional, além de pagar mensalidade para o grupo. O outro preso, Rodrigo de Jesus Tavares é funcionário dos Correios.
Tu viu?
Polícia Civil faz a maior apreensão de crack do RS em sítio no Vale do Sinos
RS tem 15 concursos públicos com inscrições abertas
Investigação
As autoridades catarinenses foram responsáveis por descobrir as conexões entre grupos brasileiros de neonazistas, e organizações internacionais de supremacia branca. Na primeira fase da investigação, em novembro de 2022, a polícia prendeu, em Santa Catarina, Laureano Vieira Toscani. Segundo a reportagem veiculada na Globo, ele é um neonazista, com histórico de prática de crimes de ódio contra judeus, negros e homossexuais.
As investigações apontaram que Toscani pertence a um grupo internacional de supremacia branca que surgiu nos anos 1980, nos Estados Unidos. O grupo se expandiu ao redor do mundo pela música de bandas de rock neonazistas, que pregam, em suas letras, o ódio racial.
Ele estava solto com o uso de tornozeleira eletrônica, após condenação de 13 anos, em setembro de 2018, por ataque a judeus na Cidade Baixa, em Porto Alegre, em 2005. Ele responde, ainda, por agressão a um segurança negro da Trensurb, em 2009, na Capital.
Junto com ele, no ano passado, João Guilherme Correa, apontado como líder do grupo pela polícia, também foi preso. Ele seria a conexão da célula supremacista brasileira e as organizações internacionais. Outro integrante detido, na época, foi o português Miguel Ângelo Pacheco.
Ao todo, as autoridades já prenderam oito pessoas envolvidas, além da descoberta do plano para implantar uma célula radical de supremacia branca no Brasil.
Contraponto
O Grupo RBS emitiu um posicionamento sobre a prisão do funcionário envolvido com neonazismo.
“Sobre a prisão temporária de um colaborador em operação policial realizada na quarta-feira (29), o Grupo RBS reitera seu repúdio a qualquer forma de preconceito e já está tomando as medidas legais para o desligamento do funcionário.
Respeito e tolerância são valores fundamentais para a nossa empresa e que constam no nosso código de ética e conduta.”
Os Correios, empresa onde trabalha o outro detido, também se manifestou através de nota.
“Os Correios lamentam o ocorrido e repudiam quaisquer comportamentos dissociados dos valores defendidos pela estatal. A empresa tomará as medidas administrativas e cautelares cabíveis.“