Divulgação/Corpo de Bombeiros
O Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, por meio da 2ª Vara Judicial da Comarca de Teutônia, emitiu uma decisão que determina a apreensão de bens da Cooperativa Languiru, no município do Vale do Taquari. O arresto de bens, como é definido juridicamente, é a medida judicial de apreensão de vários bens de um devedor para garantir um futuro pagamento da dívida.
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A decisão foi tomada após o não pagamento de uma parcela referente a um empréstimo de R$ 10 milhões, adquirido em novembro de 2022. A empresa vive situação de crise e tem uma dívida de aproximadamente R$ 800 milhões. O processo foi movido pelo Passo Fundo RS Fundo de Investimento, com sede em São Paulo. A medida foi tomada em virtude do vencimento antecipado de uma obrigação e do inadimplemento de uma dívida da Cooperativa.
O empréstimo tinha como garantia o penhor mercantil de produtos industrializados, cortes de aves e suínos. O despacho descreve que há “possibilidade da venda dos bens perecíveis”, mas não deixa claro se máquinas da produção estão incluídas na penhora. A primeira parcela foi paga em fevereiro de 2023, mas depois disso a cooperativa alegou necessidade de reestruturação do endividamento e não realizou o pagamento.
O despacho da juíza Patrícia Stelmar Netto foi emitido no final da noite de segunda-feira (21) e determinou que a venda dos bens perecíveis será realizada para saldar o débito do presente contrato, segundo a disposição contratual. “O perigo de mora é real e concreto, pelo inadimplemento e pelo e-mail da demandada encaminhado aos credores. A fumaça do bom direito se mostra patente, na medida em que as partes entabularam contrato creditório, com garantias, que restou inadimplido”, cita a magistrada no texto.
Cooperativa Languiru está em reestruturação
Em encontro com Líderes de Núcleo e associados da Cooperativa Languiru, no dia 17 de março, o presidente Dirceu Bayer detalhou que o cenário é extremamente difícil.
“Todas as empresas que trabalham com o segmento das carnes passam pela mesma situação, e não há perspectiva de melhora para este ano. O custo de produção é altíssimo e o consumidor não tem poder aquisitivo para absorver a elevação de preços na gôndola. Além disso, estando no Rio Grande do Sul, precisamos arcar com o alto custo logístico na compra dos insumos utilizados para a nutrição animal”, contextualizou.
O presidente da Cooperativa Languiru destacou que são necessárias medidas drásticas.
“O programa de reestruturação da Cooperativa iniciou em 2022 e precisa ter continuidade. Já houve negociações de estrutura de nossos Supermercados, vendemos matrizes suínas para os nossos associados, nos encolhemos na produção no campo, mas precisamos ir além. Não podemos ficar parados assistindo. Unidos, vamos sair dessa situação”, adiantou.