Foto: Agência Brasil
A luta contra uma doença que é pauta todos os anos ganhou uma forte aliada. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou ontem (2) o registro de uma nova vacina para a prevenção da dengue. O imunizante Qdenga é o primeiro aprovado no Brasil para um público amplo, ou seja, pessoas que não tiveram contato com a doença poderão receber.
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A vacina, da empresa japonesa Takeda Pharma Ltda., é composta por quatro diferentes sorotipos do vírus causador dengue e é destinado a pessoas entre quatro e 60 anos. Para garantir a proteção são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações.
O imunizante será o primeiro aprovado no país para uso amplo da população, isto porque a vacina aprovada anteriormente, chamada de Dengvaxia, só pode ser utilizada por pacientes que já tiveram dengue.
Com o parecer positivo, o Ministério da Saúde anunciou hoje (3) que pedirá à Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), que avalie a vacina, para que esta fique disponível através do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão levados em conta seus benefícios e segurança, além da capacidade do SUS para oferecê-la aos pacientes.
A partir do parecer da Comissão, baseado em evidências científicas e fatores sociais, o ministério decidirá se a nova vacina será ofertada pela rede pública.
Estudos
Segundo a Anvisa, a eficácia geral na avaliação clínica foi de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo. O resultado ainda leva em conta todas as situações sorológicas de base para a doença (indivíduos soropositivos e soronegativos), e foram notados em 12 meses após administração da vacina. Além disso, ela reduziu as hospitalizações em 90%.
O imunizante Qdenga também passou por avaliação da agência sanitária europeia (EMA), e recebeu recomendação positiva do programa “EU Medicines for all”, um mecanismo que permite a avaliação de medicamentos que se destinam à utilização em países de baixa e média renda fora da União Europeia. Na Europa, sua comercialização foi aprovada em dezembro de 2022.
Embora o parecer positivo da agência brasileira, a vacina seguirá sendo monitorada, para casos de eventos adversos, por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa.
Incidência no Estado
Em fevereiro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que 91% do território do Rio Grande do Sul está infestado pelo mosquito Aedes aegypti. Ao todo, 454 dos 497 municípios gaúcho apresentam alto risco de contaminação por dengue, chikungunya e zika.
De acordo com o painel de monitoramento de arboviroses da SES, 706 casos foram notificados somente nas cinco primeiras semanas epidemiológicas de 2023.