Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Sobreviventes e familiares das vítimas do incêndio da Boate Kiss, em Santa Maria, têm sofrido tentativas de golpes nos últimos dias. Estelionatários se passam pelo advogado que representa algumas vítimas e tem ações na Justiça, para tentar receber transferências bancárias e cobram valores para que a suposta indenização seja liberada. Cerca de dez tentativas já foram executadas.
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Em entrevista ao jornal Diário de Santa Maria, o advogado Luiz Fernando Smaniotto, as ligações de pessoas ligadas às vítimas começaram no dia 27 de janeiro, data em que a tragédia completou dez anos. Os clientes afirmam ter sido contatados pelo representante do escritório e que estes teriam vencido a ação.
Os golpistas, em suas mensagens, chegavam a citar o número de CPF, estado civil, filiação e data de nascimento dos parentes das vítimas. Para que o valor da suposta indenização fosse depositado em uma conta bancária, eles afirmavam que seria preciso pagar uma quantia em dinheiro, de cerca de R$3,7 mil via PIX, para regularizar uma falsa pendência fiscal.
Ainda na conversa, os estelionatários enviavam uma certidão de débitos falsificada, passando-se por um documento do Ministério da Fazenda, onde constava que deveria ser realizado o pagamento desta suposta taxa, para que “após a regularização deste tributo o benefício do titular será creditado automaticamente”.
Conforme o advogado, boletins de ocorrência já foram registrados na Polícia Civil, tanto de sua parte, como das vítimas das tentativas de estelionato. Duas pessoas procuradas pelos golpistas são sobreviventes da tragédia, outras são familiares de vítimas e há ainda casos de outros processos, que não têm relação com a tragédia. Ele afirma que na segunda-feira (1), uma das vítimas foi até uma agência bancária, chegou a realizar o pagamento de uma dessas falsas taxas, mas conseguiu exornar o valor quando se deu conta de que era um golpe.