Nenê do Juventude relata angústia com enchentes e busca apoio dos capitães dos clubes brasileiros para paralisar competições

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O Rio Grande do Sul enfrenta uma das maiores tragédias naturais de sua história, com enchentes severas que afetaram a vida de milhares de famílias, muitas das quais permanecem desabrigadas. Nesse contexto, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu adiar os jogos das equipes gaúchas nas séries A, C e D do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil até o dia 27 de maio.

Nenê, meia do Juventude, expressou em entrevista ao jornal Pioneiro que não há clima para a realização de partidas de futebol neste momento de crise. “É difícil até de falar. Temos que focar em ajudar os afetados e as famílias das vítimas, colocando a segurança em primeiro lugar. Hoje, a vida vale mais que um gol, que um espetáculo”, destacou o jogador.

A situação também afetou pessoalmente alguns jogadores e funcionários do clube, que ficaram ilhados ou perderam suas casas. A resposta dos atletas foi se mobilizar em uma corrente solidária, com a compra de alimentos, cestas básicas e produtos de limpeza para os afetados pelas chuvas em Caxias do Sul, contando com o apoio da comissão técnica e do staff do clube.

Além disso, Nenê está organizando uma rifa, com bilhetes a R$ 10 cada, para sortear uma camisa de um jogo marcante — sua partida de número 1.000. O objetivo é arrecadar R$ 50 mil para compra de mais suprimentos para os necessitados. Até agora, mais de 2.100 números foram vendidos.

O jogador também comentou sobre a possibilidade de paralisar completamente o campeonato, para garantir não apenas a segurança dos jogadores, mas também a justiça competitiva, já que os times gaúchos estarão sem jogar por quase um mês. Esta ideia tem encontrado apoio entre outros capitães de times da Série A, reconhecendo a desigualdade que poderia surgir com a continuidade do torneio.

“É, eu acho que teria que paralisar o campeonato todo, né? Vamos ficar praticamente um mês, ter que fazer pré-temporada, e eu acho que isso vai além da situação, que o principal é o foco em ajudar, como disse o presidente do Grêmio ontem, a questão é de sobrevivência, mas também no nível técnico. Eu acho que o campeonato vai ficar muito desnivelado e injusto, até porque vamos estar sem jogar e os outros times não”, iniciou.

“Teve reunião dos clubes e eu achei que a CBF iria paralisar. Como teve essa votação (dos clubes) e não teve acordo, eu pensei em fazer algo, falar com os capitães para a gente vê se tenta mudar essa rota, porque é uma coisa muito urgente. Tem cidades que estão sendo inundadas agora, como Pelotas… Não tem clima nenhum”, complementou.