Facção vira alvo da polícia ao explorar garotas de programa e expulsar proprietário de motel em Canoas

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Uma facção que atraia garotas de programa e travestis para extorquir clientes tornou-se alvo de uma operação da Polícia Civil em Canoas, na região Metropolitana. Segundo as autoridades, a quadrilha chegou a expulsar o proprietário de um motel para assumir o controle do local.

A operação cumpriu 44 mandados, incluindo prisões temporárias, buscas, sequestro de bens e bloqueio de contas bancárias. Quatro pessoas foram presas e uma adolescente foi apreendida, além da captura de uma arma de fogo e de um veículo.

A investigação começou ainda em novembro do ano passado, quando quatro criminosos armados assumiram o controle de um motel na rua Liberdade, no bairro Marechal Rondon. O dono do local que administrava há mais de 30 anos, foi forçado a sair e sofreu um prejuízo de mais de R$ 500 mil.

No lugar do proprietário, um traficante conhecido como “Balaca”, que está detido no sistema penitenciário em Santa Catarina, indicou sua companheira para gerenciar o motel. Ele é vinculado a outro criminoso investigado por liderar a quadrilha.

O líder do grupo está condenado a 89 anos de prisão, mas está foragido após ser autorizado a fazer uma cirurgia fora do sistema prisional. As investigações para localizar o líder fugitivo somam aos outros crimes correlatados.

A delegada Luciane Bertoletti, titular da 3ª DP de Canoas, explica que o grupo criminoso se apropriou do motel após controlar pontos de tráfico e exploração sexual no bairro. O primeiro passo foi aliciar garotas de programa e travestis, que começaram a pagar taxas aos traficantes, com casos de violência registrados contra aqueles que se recusavam.

“Houve um caso em que travestis se recusaram a ceder a quantia diária e foram alvo de tiros. A vítima foi baleada, mas acabou sobrevivendo”, disse Bertoletti, que comandou a investigação.