Prefeitura de Tramandaí interdita clínica suspeita de tortura e cárcere de pacientes

Foto: Reprodução

A prefeitura de Tramandaí, no Litoral Norte, interditou ontem (18) uma clínica de reabilitação que estava sob suspeita de tortura e cárcere de 51 pacientes. A ação foi resultado das prisões de duas pessoas que atuavam como monitoras na clínica no sábado (13). Além da interdição, a clínica enfrentará multas e um processo para o cancelamento de seu alvará de funcionamento.

De acordo com a Vigilância Sanitária, o motivo principal da interdição foi a ausência de um profissional de saúde responsável pela gestão da clínica, o que deveria garantir o devido cuidado aos pacientes. A equipe de fiscalização constatou que os responsáveis técnicos mencionados na documentação se dividiam entre essa clínica e outra propriedade do mesmo proprietário, o que resultou em monitores não qualificados cuidando dos pacientes, inclusive administrando medicamentos de forma inadequada.

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Segundo o órgão, os pacientes internados na clínica estão sendo transferidos para outras instituições, e suas famílias já foram contatadas para efetuar a retirada, o que deve ocorrer até o final desta sexta-feira (19).

Outra clínica do mesmo proprietário também foi interditada, localizada na Rua 24 de Setembro, no Centro da cidade. Neste caso, a falta de documentação necessária para operar foi o motivo da interdição, juntamente com a identificação de indícios de falsificação de documentos e divergências nos prontuários dos pacientes. A polícia local foi informada sobre a situação e deve conduzir uma investigação.

Relembre o caso

No final de semana, a Polícia Civil prendeu em flagrante dois homens por tortura e cárcere privado de 51 pacientes na clínica de reabilitação. A ação ocorreu após um protesto de familiares de um ex-paciente que faleceu no local por intoxicação medicamentosa em setembro de 2023.

Os pacientes estavam em condições precárias e relataram ter sido mantidos em cárcere privado pelos monitores, sofrendo agressões físicas e sendo forçados a tomar medicamentos. Suas famílias também eram impedidas de contatá-los. Os dois suspeitos foram detidos e levados à delegacia local e, posteriormente, à Penitenciária Modulada Estadual de Osório.