Porto Alegre registra temporal destrutivo na noite de terça-feira

Foto: Divulgação/EPTC

Um temporal violento atingiu a cidade de Porto Alegre por volta das 22h de ontem (17), com chuvas torrenciais, granizo e fortes ventos. O Aeroporto Salgado Filho registrou ventos de até 89 km/h, e esta velocidade também foi observada no Jardim Botânico. Algumas estações de clubes náuticos na região sul da cidade relataram ventos de quase 120 km/h, enquanto Canoas, na base aérea, teve ventos de 107 km/h.

Segundo a MetSul Meteorologia, é importante notar que as velocidades de vento medidas no aeroporto ou na base em Canoas são em campo aberto. Dentro da cidade, devido ao relevo e construções, o vento pode ser ainda mais forte, especialmente em andares altos de prédios. Portanto, rajadas de vento tão fortes quanto 110 km/h a 130 km/h podem ter ocorrido em algumas áreas. Além disso, a chuva que acompanhou o temporal foi extrema, com muitos raios e granizo atingindo diversos bairros.

Durante o temporal, a chuva torrencial acumulou 60 mm a 70 mm em apenas uma hora, o que equivale à metade da média histórica de precipitação de janeiro inteiro na cidade, que é de 120,7 mm.

Mas o que causou esse temporal tão violento em Porto Alegre? Segundo a MetSul, uma área de baixa pressão em níveis médios e altos da atmosfera, conhecida como “baixa fria”, avançou do Chile para o Oeste e Centro da Argentina, seguindo depois para o Uruguai. Simultaneamente, uma intensa corrente de vento se deslocou pelo Norte da Argentina até o Uruguai e o Rio Grande do Sul, transportando ar quente que contribuiu para a instabilidade atmosférica ao encontrar a “baixa fria”. Isso resultou em chuvas intensas, tempestades fortes, ventos violentos e granizo.

Uma linha de instabilidade, chamada nos Estados Unidos de sistema convectivo quase-linear (QLCS), avançou do Oeste e do Sul do estado, trazendo consigo chuvas intensas, granizo e vendavais. Quando essa linha atingiu Porto Alegre, desenvolveu uma célula de tempestade ainda mais forte, causando o temporal violento na capital, embora nem todas as áreas metropolitanas tenham sido afetadas com a mesma intensidade.