Homem condenado à pena de morte é executado com inalação de nitrogênio nos EUA

Foto: Handout / Alabama Department of Corrections

Nesta quinta-feira (5) ocorreu a execução de um homem condenado à pena de morte nos Estados Unidos, no Alabama, usando inalação direta de nitrogênio. Essa foi a primeira vez que esse método, considerado “tortura” pela ONU, foi aplicado em uma pessoa.

Kenneth Eugene Smith, condenado em 1996 pelo assassinato de uma mulher a mando do marido, foi declarado morto às 20h25min (23h25min no horário de Brasília), após 29 minutos do início da execução, conforme divulgado pelo procurador-geral do Alabama.

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O procurador-geral, Steve Marshall, afirmou que “a justiça foi feita” e descreveu a execução como “algo histórico” para o Alabama. Originalmente agendada para novembro de 2022, a execução foi adiada devido à incapacidade dos funcionários da prisão de estabelecer uma via intravenosa a tempo para a injeção letal, após o detento ficar amarrado por várias horas, conforme relataram seus advogados.

O Alabama é um dos três estados que permitem execuções por inalação de nitrogênio, resultando na morte por falta de oxigênio, ou hipóxia. O procedimento não inclui sedação, ao contrário da recomendação da Associação Veterinária Americana (AVMA) para animais sacrificados dessa maneira.

A União Europeia criticou a execução de Smith com esse método, classificado por especialistas como particularmente cruel e incomum. A UE reafirmou sua firme oposição à pena de morte em todas as circunstâncias. O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou sérias preocupações sobre a asfixia com nitrogênio, considerando-a “possivelmente tortura ou tratamento cruel e desumano”.

Smith foi condenado pelo assassinato de Elizabeth Dorlene Sennett em 1988, encomendado por seu marido, Charles Sennett. Seu cúmplice, John Forrest Parker, também condenado à morte, foi executado em 2010. Smith foi inicialmente condenado à pena de morte, mas o julgamento foi anulado após recurso. Em sua segunda audiência, 11 dos 12 jurados optaram pela prisão perpétua, mas o juiz o condenou à morte, uma opção que existia em alguns estados naquela época, mas foi abolida em todo o país desde então.