Síndica de condomínio em Porto Alegre vira ré em caso de injúria racial e perseguição

Foto: Divulgação

O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) aceitou a denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) contra a síndica de um condomínio em Porto Alegre, Cintia Maria Schindler, pelos crimes de injúria racial e perseguição contra uma empregada doméstica que trabalha para um dos moradores, uma mulher de 48 anos.

A Polícia Civil não forneceu detalhes sobre o caso devido a um protesto da categoria, mas informações do portal G1 indicam que o registro policial foi feito pela funcionária em 3 de novembro de 2022. Ela relatou que vinha sendo alvo de ofensas por parte da síndica do Condomínio Edifício San Remy há pelo menos um ano.

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Consta que a mulher era constantemente insultada com expressões racistas, como “negra suja e imunda”. Além disso, a síndica a proibia de acessar áreas comuns do edifício, como o hall, elevador e garagem, e a obrigava a entrar apenas pelo acesso dos fundos, não permitindo o uso da porta da frente.

Segundo a defesa da vítima, houve um caso em que durante uma reunião, a síndica a menosprezou, afirmando que ela não tinha direito a voto e a insultou com palavras racistas. Após esse caso, câmeras de vigilância foram instaladas em várias partes do condomínio e a síndica passou a esperar a empregada no elevador ou a persegui-la, proibindo seu uso do elevador.

A síndica, Cintia, foi convocada a depor pela Polícia Civil, mas não compareceu. Em março deste ano, ela foi indiciada por injúria qualificada discriminatória, envolvendo elementos relacionados a raça, cor, etnia e origem.

Além do processo criminal, há também um processo civil movido pelo advogado em nome da empregada doméstica. O processo busca reparação por danos morais, tanto da síndica, devido às agressões, quanto do condomínio, por não ter tomado medidas mesmo tendo conhecimento das ofensas.