Polícia Civil investiga casal em Novo Hamburgo responsável por manipulação de jogos de azar durante 10 anos

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Nesta segunda-feira (27), a Polícia Civil do Rio Grande do Sul lançou uma operação para desmantelar um grupo suspeito de lavagem de dinheiro através de casas de jogos de azar. O esquema que está funcionando há mais de uma década, tem como líder um casal de Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, e supostamente movimentou mais de R$ 10 milhões provenientes de atividades ilícitas.

A operação, iniciada às 6h, tem como objetivo o cumprimento de sete mandados de prisão preventiva nas cidades de Novo Hamburgo, Tramandaí e Gravataí, além de quatro mandados de busca e apreensão de veículos em Pelotas e Viamão. A ação é coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Viamão. Até as 7h40, todos os suspeitos foram detidos.

De acordo com o delegado Guilherme Calderipe, responsável pela operação, o foco é um casal suspeito de gerenciar mais de cem estabelecimentos de jogos ilegais em várias cidades do estado. O grupo usava empresas aparentemente legais para lavar o dinheiro obtido ilegalmente. Uma das empresas, sob o nome da mulher investigada, movimentou mais de R$ 10 milhões em três anos, apesar de ser apenas uma fachada no setor de eventos.

Os outros alvos da operação são indivíduos responsáveis pela operação diária das casas de jogos. As investigações revelaram que, apesar de operações policiais anteriores, o esquema continuava ativo. A ação atual foca especificamente na lavagem de dinheiro, um crime mais grave do que a contravenção penal representada pelas casas de jogos de azar.

Esta operação é um seguimento de uma ação realizada em maio, que resultou no sequestro de bens do grupo, incluindo imóveis e veículos, e no bloqueio de contas bancárias. O casal acumulou um patrimônio significativo ao longo dos anos, com destaque para uma residência avaliada em mais de R$ 1 milhão em Novo Hamburgo e outra em Tramandaí.

Além disso, a polícia descobriu que as máquinas caça-níqueis eram manipuladas para não dar grandes chances de vencer aos jogadores. A maioria dos frequentadores dessas casas são idosos.

A investigação também apontou indícios de pagamento de propina a membros das forças de segurança para garantir que a operação seguisse nas casas de jogos e obter informações privilegiadas sobre potenciais ações policiais. A polícia está apurando os detalhes deste aspecto do esquema.