Ex-assessores do Deputado André Janones alegam prática de “rachadinha” no gabinete

Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

Dois ex-assessores do deputado André Janones (Avante-MG) revelaram ao jornal O Globo que o parlamentar cobrava parte dos salários de funcionários lotados em seu gabinete na Câmara. Em entrevista jornal, Cefas Luiz Paulino e Fabrício Ferreira de Oliveira detalharam a prática, conhecida como “rachadinha”, que incluía até mesmo o 13º salário e chegava a 60% dos vencimentos.

A suspeita está sendo investigada pela Polícia Federal desde 2021. Áudios divulgados recentemente pelo site Metrópoles mostram o deputado sugerindo que servidores usassem parte de seus salários para quitar dívidas de campanha. Janones nega qualquer irregularidade e afirma que o pedido foi feito antes de sua eleição, em 2018, para pessoas que ainda não trabalhavam em sua equipe. Ele também menciona que a sugestão não foi implementada após ser “vetada” por sua advogada.

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O que dizem os ex-assessores

Segundo Paulino, que trabalhou no gabinete de fevereiro de 2019 a outubro de 2022, os pedidos para repassar parte dos salários começaram logo após a primeira eleição do parlamentar. A responsável pela arrecadação dos recursos entre os assessores era Leandra Guedes, atual prefeita de Ituiutaba, MG, e aliada de Janones.

Ele afirma que os repasses eram feitos em dinheiro vivo, inclusive sobre o 13º salário, e que posteriormente, o político solicitou que os servidores pagassem despesas pessoais do deputado, em vez de fazerem os repasses diretamente a ele.

Oliveira, que trabalhou entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2021, também menciona que os servidores eram obrigados a fazer doações ao partido do deputado, o Avante. Ele relata que os repasses chegaram a 60% dos salários, incluindo o 13º, e que o dinheiro era sacado em espécie e repassado a outros funcionários.

O Partido Liberal (PL) entrou com pedido de cassação de Janones no Conselho de Ética da Câmara e no STF. Além disso, o PL acusa o deputado de difundir fake news durante a campanha eleitoral de 2022, o que também levou o ex-presidente Jair Bolsonaro a acionar o TSE para pedir a cassação do mandato e sua inelegibilidade.