Foto: Pedro França/Agência Senado
Um grupo composto por 46 deputados federais, liderado por Rodrigo Valadares (UB-SE), apresentou um pedido de impeachment do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. A justificativa está relacionada ao fato de a pasta ter financiado passagens e diárias para Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “dama do tráfico” do Amazonas, participar de um evento sobre prevenção e combate à tortura em 6 e 7 de novembro deste ano.
A informação foi inicialmente divulgada pelo Estadão. Luciane teve encontros com assessores do Ministério da Justiça e Segurança Pública em pelo menos duas ocasiões, representando o Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG da qual é presidente. Ela é casada há onze anos com Clemilson dos Santos Farias, também conhecido como Tio Patinhas, líder do Comando Vermelho no Estado. Após a prisão dele, para cumprir uma sentença de 31 anos, a esposa teria assumido o comando dos negócios.
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Luciane também enfrenta processos legais e está recorrendo em liberdade. Além do Ministério da Justiça, ela esteve no Congresso Nacional e no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ontem (1) Ministério dos Direitos Humanos confirmou o pagamento das despesas de viagem de Luciane e de todos os participantes do Encontro de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura. De acordo com a pasta, os comitês têm autonomia para administrar seus recursos e selecionar os participantes do evento, sem a necessidade de autorização do ministro.
O pedido de impeachment de Almeida acusa o ministro de disponibilizar recursos estatais para uma pessoa fortemente ligada ao tráfico de drogas, comprometendo a integridade da República, e acusa o Ministério de utilizar recursos públicos para facilitar o envolvimento de criminosos nas instituições governamentais.
No documento, os deputados também mencionam uma possível conivência das autoridades federais com o crime organizado. Eles solicitam ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que inicie um processo de impeachment para investigar Silvio Almeida por crime de responsabilidade.
