Foto: Mauricio Tonetto/Palácio Piratini
O Rio Grande do Sul pode enfrentar um déficit de cerca de 10 mil professores na Educação Básica até 2040, de acordo com uma pesquisa recente do Observatório Sesi da Educação em Porto Alegre. O estudo destaca uma preocupante taxa de diminuição de educadores, que é quatro vezes maior do que a redução de estudantes.
O relatório considera uma média de 20 alunos para cada professor na Educação Básica e projeta uma queda na população estudantil (idade 4 a 18 anos) nos próximos 17 anos. Com base nesses dados, estima-se que em 2040 o Rio Grande do Sul terá 83.783 educadores em atividade. No entanto, será necessário um contingente de 94.137 profissionais, gerando assim um significativo déficit.
De 2010 a 2021, observou-se uma drástica redução nas matrículas em cursos de formação docente, tanto em número de ingressantes, matriculados quanto concluintes. Apesar dos efeitos da pandemia de Covid-19, essa tendência já estava em curso. A diminuição do interesse pela carreira docente repercute também na oferta de cursos, sobretudo em instituições privadas.
Diversos fatores contribuem para a diminuição no número de professores. Destacam-se: falta de qualificação, envelhecimento do corpo docente e salários insatisfatórios. Em 2022, mais da metade dos educadores tinham 40 anos ou mais, um aumento em relação a 2018. A porcentagem de docentes entre 25 e 29 anos também caiu nesse período. Uma revelação alarmante é que muitos professores do Ensino Fundamental e Médio no estado não possuem formação adequada para as disciplinas que ensinam, comprometendo a qualidade da educação.
Essa carência de qualificação é evidente nas disciplinas de Geografia, Sociologia e Física, onde uma parcela significativa dos professores não detém formação específica na área em que atuam.